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Ontem conversei com uma ex-aluna, hoje universitária na UFPR, pois acompanho, mesmo que a uma distância comedida, a vida estudantil dos que um dia procuraram esta professora. Quando os jovens aparecem no meu curso de redação anoto-lhes o telefone, o e-mail e a área universitária desejada- e, sinceramente, não há maior alegria a esta professora quando ex-alunos mostram-se felizes, animados e envolvidos com as perspectivas oferecidas pelo curso escolhido.

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Lamentavelmente a aluna em questão contava que estava triste com as condições do curso: salas com goteiras e uma desorganização incompatível com a seleção rigorosa que enfrentara para ser uma das aprovadas em 2009 – e qual foi a minha surpresa ao ler a reportagem Estudantes de Design da UFPR fazem panelaço por reforma em laboratórios da Reitoria, de Célio Yano, na Gazeta de ontem. Você sabia desses problemas, leitor?

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Eu continuo apostando no ensino público, afinal sou egressa inteiramente das escolas públicas e incentivo amigos com filhos a matricularem as crianças e os jovens nas escolas da rede pública próximas das suas casas, mas compreendo quando um jovem estudante do ensino médio, além de temer a concorrência nos vestibulares, dá ouvidos às críticas feitas pelos que já viveram experiências estudantis públicas e, sem hesitar, bate continência à oferta das instituições particulares, porque são empresas educacionais e precisam mostrar eficiência.

É fato: um colégio ou uma faculdade privada seriamente comprometidos com os seus propósitos de lucro e eficiência pedagógica jamais deixariam o telhado ficar com goteiras e colocar um problema dessa natureza à crítica do seu público usuário. Os resultados administrativos exigem atenção contínua , mas as instituições públicas ficam indiferentes aos reclamos, até que surjam as passeatas, os protestos e as críticas eficazes.

É preciso seguir a lenta burocracia – Mesmo para quem examina o fato distanciado da rotina estudantil o caso acima é crítico; implica certamente em propósitos institucionais e inclui perspectivas políticas e eficiência administrativa. Recordo-me, no entanto, de que o cidadão convive nervosamente com algumas expressões indigestas no serviço público – e todas elas fazem uma ciranda para impedir eficiência e qualidade na prestação do serviço à população. Quer um exemplo? A burocracia, entre outras que articulam as nobres virtudes humanas da paciência e da esperança de que um dia a situação melhore.

Que treinar a escrita sobre o tema de hoje?

Proposta 1 – Dia desses fiz a correção de uma monografia de uma aluna de Direito. O assunto? A informatização dos documentos no trânsito dos processos jurídicos. Ótimo tema, mas como pensar em informatização e processos modernos e interativos possam tornar ágil os trâmites burocráticos se, por exemplo, consertar goteiras ou providenciar materiais básicos para viabilizar aulas melhores na esfera pública exigem a passagem pelos carimbos e assinaturas da lenta burocracia?

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Fazer o quê? – Leia a reportagem Protesto funciona e UFPR reformará salas, de José Marcos Lopes (GP, 24/10) e redija um comentário aludindo à necessidade de maior atenção aos reclamos dos usuários do serviço público. Considere também a estratégia utilizada pelos estudantes e avalie se é justo o cidadão chegar ao extremo- com faixas, panelaço, passeatas, greves, etc.- para que os seus direitos sejam atendidos; argumente.

Lembre-se: apresentar justificativas lógicas, assentadas em estratégias de convencimento expressa a capacidade de pensar bem com a finalidade de buscar maior adesão à reflexão empreendida. Será um bom treino aos que precisam, por razões estudantis, marcar ponto em textos argumentativos.

Proposta 2 – Você tem alguma experiência pessoal ou coletiva com situações semelhantes ao que as fotos evidenciam na postagem de hoje? Descreva-a e, se possível, indique os resultados obtidos.

Até a próxima!

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