Sou simpatizante assumida dos cursos técnicos- e, se depender de mim os pais e professores deveriam agendar uma visita às instituições que oferecem capacitação técnica aos jovens deste país- , mas a maioria não vê o óbvio: o inchaço das salas de aula do ensino médio convencional e as contradições dessa escolha.
Na minha casa, desde os primeiros anos de idade, a vida é transparente. O espeto não é de pau e da existência tiramos a capa de obscuridade que muita gente tenta manter aos olhos juvenis. Divisar o futuro possível é melhor do que partir para o improvável. Explico: a opção por uma carreira técnica, equivalente ao ensino médio, garante ao jovem estudante muito mais certezas do que o dilema comum que passa na cabeça do estudante, ao término da educação básica: será que vou passar no vestibular?
Já escrevi anteriormente um texto sobre os cursos técnicos; quer revê-lo? Continuo pensando da mesma forma e agora ainda mais entusiasmada, porque a minha filha, aprovada em teste seletivo na UTFPR faz parte dessa geração mais confiante – e qual o pai ou mãe que não estaria feliz ao ver seu filho assim, bem preparado aos desafios do mercado de trabalho?
A grande diferença – Um jovem estudante do ensino médio, ao término de três anos de estudo regular estará habilitado a prestar um vestibular, mas não terá um diploma. Contará com um certificado que atestará a reunião de generalidades informativas, comuns a todos, apenas isso, enquanto o que optou pelo curso técnico, além do diploma terá horas de estágio profissional e uma preparação que lhe permite absorção imediata no mercado de trabalho. Você vê a diferença, prezado leitor?
Amanhã é o último dia para que os jovens concluintes do ensino fundamental façam a inscrição na UTFPR, mas há também a alternativa do Instituto Federal do Paraná, antiga escola Técnica da UFPR, além de outros cursos técnicos das redes pública estadual e privada, infelizmente pouco divulgados.
Um dos meus alunos, inseguro diante dos desafios dos vestibulares concorridos, certa vez disse algo bem verdadeiro:” Quem conclui o ensino médio e não passa no vestibular tem à frente um abismo”; concordo com ele, porque a visão enciclopedista reduz as possibilidades no mundo do trabalho ao estudante, especialmente ao que não dispõe de fortuna material.
Sugestões:
>Instituições que oferecem cursos técnicos precisam abrir suas portas aos pais dos estudantes e professores das escolas do ensino fundamental.
>Egressos dos cursos técnicos deveriam oferecer depoimentos públicos sobre a recepção obtida junto ao mercado de trabalho.
>Jovens egressos das instituições com formação técnica, aprovados em vestibulares conexos à formação obtida, deveriam aparecer mais na mídia e assim exemplificar a alternativa de confiança nessa preparação.
As infelizes contradições da escolha – Muitos jovens, entretanto, cometem enganos: entram para os cursos técnicos e depois de formados, optam por carreiras totalmente diferentes da qual foram tecnicamente preparados. Para mim um investimento público mal aproveitado. Na ocasião da matrícula e da obtenção do diploma um compromisso poderia ser firmado entre o estudante e a instituição o ressarcimento do gasto com essae preparação, porque a educação tratada com seriedade não tolera irresponsabilidade alguma.
Você conhece alguém que faz um curso técnico? Convive ou é egresso de instituição que prepara tecnicamente a mão-de-obra ao mercado profissional? Compartilhe depoimentos e ajude a disseminar a excelente opção de capacitação técnica aos jovens estudantes do ensino fundamental, ora no limiar desse caminho que conduz ao abismo ou às oportunidades concretas de trabalho garantido na sociedade contemporânea.
Não deixe de ler e divulgar:País volta os olhos aos técnicos, de André Lückman, GP, 8 /4/ 2009 .
Até a próxima!
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