Ao lado da disposição habitual no estabelecimento da nossa conversa e da preocupação com as tragédias decorrentes das fortes chuvas pelo Brasil afora, hoje quero tratar de dois temas: o primeiro é quanto aos cães que ficam “guardando” as inúmeras casas e espaços abandonados, enquanto seus donos saem da cidade e esticam o recesso do final do ano e, o segundo com relação aos estabelecimentos comerciais, pois as suas portas fechadas mostram outra face do tratamento oferecido aos seus clientes durante este recesso de final de ano.
Au! Au! Au! Au! Au! Auuuuuuuuu… – Hoje domingo, dia 3 de janeiro, e em todas as manhãs anteriores, desde a véspera do Natal, uma sinfonia canina é ouvida nas imediações de onde resido – não sei se na redondeza da sua casa a situação é a mesma. Você poderia confirmar a semelhança deste fato para mim? Não há qualquer indisposição à conversa com moradores, donos ou responsáveis por esses animais, porém onde estarão no feriado e nesses dias preguiçosos? A quem pedir ajuda para o humano direito de poder dormir e acordar naturalmente, sem que a sinfonia canina force este levantar, antes prazeroso e hoje, uma tortura irritante?
Os responsáveis pelo sossego noturno e paz na cidade dizem o quê?
1º- Conversar com o dono do cão, puxar uma prosa amigável e explicitar o incômodo.
2º- Diante das reincidências e falta de providências fazer um Boletim de Ocorrência na Delegacia do bairro.
Uma dupla poderosa de munição à guerra entre vizinhos é o que você terá à disposição, caso viva esta relação conflitante na sua vizinhança. Infelizmente, entre humanos que não têm as emoções bem resolvidas e usam práticas infantis para mostrar o desagrado, a exemplo da birra ou de ficar de mal com o morador vizinho incomodado, estas indicações são ainda impotentes diante da necessária e poderosa noção de civilidade, outrora comum entre as pessoas que dividiam os espaços contíguos à moradia.
Assim de gente! – Não estou sozinha nessa queixa; já encontrei na internet muitas pessoas que sofrem com a irresponsabilidade dos que amam o cachorro, mas a este apenas dispensam o trabalho de cuidar da casa, espantar os visitantes – ou, na pior das conclusões, mostrar a indiferença dispensada aos vizinhos e ao sossego noturno.
Batendo com a cara na porta – Ontem sai para fazer umas compras em supermercado e também almoçar fora, porque já estava enjoada de aproveitar pela segunda vez as comidinhas do final de ano, mas quem disse que tive sorte nesses projetos? Dos quatro supermercados, localizados no bairro Mercês, apenas um estava funcionando. Também não encontrei nenhum restaurante aberto nas imediações da minha casa.
O dia estava ensolarado e aproveitei a disposição para avançar na caminhada, mas nada, todas as portas antes convidativas na captação dos clientes estavam literalmente fechadas. Diante da fome e da sede com o esforço do passeio estendido, eu e minha filha encaramos umas fatias de pizza com refrigerante. Dei graças aos céus por ter encontrado algo para comprar e matar a fome, dentro do único supermercado aberto.
Aqui entre nós: a Fuga em direção ao litoral(Pedro de Castro, GP, 30/12/2009) não exclui a atenção que grandes cidades, do porte de Curitiba, por exemplo, revejam a postura mantida durante feriados e temporadas de férias, concorda comigo, caro leitor? Se eu fosse uma visitante que tivesse lido a nota Curitiba é reeleita 4ª melhor cidade do Brasil para turismo (GP, 15/11/2007) ficaria uma arara ao passar pela cidade no final de ano, quando tudo praticamente para. Aquele aviso sobre o que abre e fecha deveria ser alterado para o que estará realmente aberto; seria indiscutivelmente uma contribuição de utilidade pública, inclusive aos que gostam desta agradável capital e permanecem aqui nas férias escolares ou períodos de recesso festivo.
Com receio da esticada desse recesso comercial agora estou mais preparada para enfrentar as portas comerciais fechadas, mas não para enfrentar noites mal dormidas e acordar bem chateada com a sinfonia canina que adentra desagradavelmente os ouvidos desta professora. Ficar em Curitiba durante os feriados e temporada de férias não pode ser um castigo. A cidade está tranquila, com opções culturais e suas áreas verdes continuam convidativas ao desfrute de uma caminhada, entre as demais alternativas de lazer e convívio, inclusive nos shoppings, alçados à moderna solução para encontrar o que comer durante o longo recesso.
Um convite à escrita – Você conhece ou já vivenciou situações semelhantes aos temas da postagem de hoje? Poderá compartilhar conosco as suas providências? Obteve êxito?
Advogados, veterinários, entendidos em comportamento humano, donos de cães, vizinhos incomodados e turistas de passagem por Curitiba bem que poderiam interagir com a postagem de hoje; são meus interlocutores objetivos e certamente terão muito a considerar. Vou mandar um link desta postagem ao meu amigo Nereu Ganter, advogado cioso e capacitado a elaborar explicitações legais sobre pendengas humanas e soluções de civilidade; participe da conversa, prezado leitor. Luciana, Junior e José de Souza, fiéis e simpáticos interlocutores também estão convidados à conversa além, é claro, de você que clica na postagem, mas fica em silêncio.
Até a próxima!