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Você certamente foi atraído pelo título da postagem de hoje. É assim que o leitor comumente age quando avista uma chamada à leitura, mas nem todos os que escrevem profissionalmente ou por diletantismo conseguem elaborar representações objetivas que ofereçam conteúdo afinado com as adjetivações acima.

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Os vestibulandos tremem – Um dos temores dos jovens estudantes é quando a proposta de redação solicita que elaborem um título ao texto, o que é compreensível, porque nem sempre conseguem configurar, nomear ou como se diz na brincadeira “batizar’ o texto. Cunhar um nome, uma denominação à unidade de um texto exige a comprensão do seu conteúdo e objetivo – e, infelizmente, as redações encontradas nos vestibulares carecem de artitulação e do que insisto em denominar de concatenação das ideias. Tarefa educativa certamente para colegas habilitados não apenas com o repasse das dicas de escrita, mas também a de exercitá-las com ânimo e crítica regular.

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Qual o nome, qual o título? – Quem escreve profissionalmente também enfrenta essa dificuldade. O título de uma reportagem, a manchete, uma coluna, o nome de um livro, uma coleção ou uma postagem exigem num golpe de vista rápido através do título uma essencial representatividade. Quando se trata de dar nome a um filho, entram outros quinhentos bem conhecidos dos pais e mães de primeira viagem.

Os leitores não se (des) enganam? – Interlocutores na internet ou frequentadores habituais de livrarias, sebos, salas de cinemas e locadoras costumam certamente entender e valorizar muito bem o assunto. Um título mal ajustado ou mal traduzido, por exemplo, coloca a perder o trabalho de uma equipe.

Sempre elaborando títulos – Escrevo diariamente, pois mantenho blogs, elaboro propostas de redação por encomenda, expresso considerações e as encaminho às colunas dos leitores dos jornais e revistas nacionais, participo ativamente comentando em diversas páginas na rede virtual e também produzo livros, mas também tenho telhado de vidro – e quando erro, por descuido, teclado novo ou ignorância aceito os toques, mesmo os ensandecidos pela correção ortográfica que parecem dizer :” orra, finalmente, te peguei , Doralice!” ao contrário de uma gentil advertência por e-mail.

Com conteúdo& Bem- humorado & Interativo – Sempre que leio um texto vou a procura desse trio, mas essa é uma exigência pessoal, atrelada aos itens de preferência, formação e técnica profissional e de tempo disponível, porque cada pessoa guarda suas escolhas. Com o passar do tempo a vivência nos faz apostar em algo que enseja efetivamente o caráter utilitário e que gratifique de um modo ou de outro o tempo dispensado à leitura. Sinceramente não costumo dispensar o meu tempo às incoerências sistemáticas ou aos itens que de modo algum não me trariam qualquer vantagem ao conhecimento. É uma questão de escolha, não de preconceito, porque quando quero avistar diferenças opinativas, modos de escrita ou equívocos argumentativos recolho de todas as fontes(livros, revistas, blogs, redações escolares, apostilas, depoimentos, tirinhas, charges, etc) do farto material disponível.

Títulos inesquecíveis – Alguns exemplos de títulos estão até hoje na minha cabeça, mas um deles é o atemporal Raízes do Brasil, de Sérgio Buarque de Holanda, cuja leitura até hoje é para mim uma referência imbatível, mesmo diante das críticas dos opositores às teses esboçadas na obra. Uma vastíssima lista de filmes, estabelecimentos que vendem serviços, de livros, nomes de blogs, colunas, reportagens, séries para tevê são absolutamente inesquecíveis,em razão dos seus títulos, mas eu gostaria que o leitor, se estiver ainda ligado ao tema da postagem, aqui contribuísse com as suas indicações, porque o trio acima somente atinge o seu objetivo se atrelar a interação com o interlocutor, caso contrário, é melhor fechar o boteco, repensar a forma de escolher um título às postagens deste Na Mira, afinal, o leitor é a excelência personificada em manda chuva .

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Um truque de professora tinhosa – Há muitos anos eu deixava indicativos semanais de leituras aos meus alunos adolescentes e jovens concluintes do ensino médio. Os avisos ficavam colados ao lado do quadro de giz, mas eles traziam uma capa com um fecho de velcro; no alto da mensagem eu escrevia de propósito uma frase assim: Não leia! – ou Se abrir, vai se arrepender! e ainda um Tire a mão daqui! Eficazes chamarizes à leitura e uma interação imediata com aqueles jovens leitores, ávidos por burlar proibições e usufruir da liberdade de ler apenas o que desejavam.

A conclusão imbatível sobre a leitura e a escrita em tempos da internet: títulos ambíguos, conotações sexistas, referências aos afamados ou com expressões chulas fazem a festa na internet e rendem muitos acessos, porque diferente daquela virada da página do jornal ou livro impresso, sem nenhuma contabilização de acesso, essa folheada ou do clique assinalado na web é ponto positivo aos contadores eletrônicos. Contradições do tempo digital, mas que rende para todos os lados, inclusive para os estudos da linguagem, do comportamento humano e das preferências de quem navega na internet, o que para mim é um cardápio simplesmente delicioso.

Aos jovens estudantes recomendo: atenção ao título, porque eles devem revelar a seriedade do conteúdo afinado com a proposta, bom-humor na equilibrada seleção das expressões vocabulares e interação certeira com o leitor, no caso o corretor do texto, especialista em língua e linguagens, mas a recomendação vale para todas as situações linguísticas, inclusive para esta postagem de hoje.

Não deixe de ler ou reler sobre o tema

> Como estragar uma boa notícia – Blog Vá de bike, de William Cruz.

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>Hummmm!! Acho tudo muito estranho!Contrablog, de Belzebu e Malfarrico.

> Ou dá ou desce Balaio de notícias, de Antonio Carlos Ferreira.

Até a próxima!