Você sabe interpretar quadrinhos, charges e infográficos? Consegue produzir um resumo sem tropeçar na subjetividade? É capaz de articular suas idéias para compor argumentos eficazes? Disserta sobre qualquer tema – ou se não dispuser de uma coletânea acaba tremendo nas bases? Sabe redigir uma carta longa ou curta sem ficar atrapalhado com os vocativos , níveis da linguagem ou ajuste dos pronomes? Lê um poema e dele retira os elementos imprescindíveis à análise? Infere divergências e convergências das variadas informações de um texto ou coletânea? Identifica elementos de persuasão presentes em textos apelativos, tais como propagandas ou panfletos? Olhe bem, meu prezado leitor, se você é um estudante brasileiro e dá conta desses recados já ganhou os meus parabéns!
Agenda lotada
Todo ano é a mesma situação: depois da primeira fase do vestibular da UFPR muitos estudantes correm atrás do prejuízo ligado à língua portuguesa. Quem não sabe interpretar corre atrás das orientações, muitas vezes subtraídas da rotina escolar. Fica de olhos e ouvidos bem abertos às dicas quanto à escrita, pois sabe que será cobrado rigorosamente, caso veja o seu nome na lista dos que lograrem aprovação à segunda etapa do concurso. Há anos é assim. Vejo minha agenda ficar abarrotadinha de alunos que desejam uma orientação quanto à redação. É claro que a minha satisfação profissional aumenta, mas ao lado da alegria mantenho certamente uma tristeza; quer saber por quê?
Fico alegre
> Porque vendo minhas aulas a um público realmente interessado – ele me ouve com atenção e aproveita com avidez as observações feitas;
> tenho oportunidade de disseminar as vantagens de ler e escrever com autonomia;
> valorizo a opção profissional pelo magistério – e isto faz a minha credibilidade aumentar.
Fico triste
> Porque as orientações de escrita que os alunos trazem são incipientes, uma vez que foram subtraídas em programas escolares pouco sérios, desses que relativizam o conteúdo necessário às séries específicas. Noções pontuais de conhecimento teórico, tais como o conhecimento dos pronomes, uso dos operadores argumentativos e formas de escrita que referendam a linguagem bem cuidada e domínio do nível lingüístico adequado, entre outros aspectos são sumariamente negligenciados – esta é a mais triste verdade ;
> porque nem os pais atentam a essas carências e subtrações , o que os levaria a procurar ajuda profissional aos escolares no começo do ano, quando daria tempo de preencher lacunas conceituais e práticas efetivas dos modelos diversificados de textos, além das situações lingüísticas específicas; sem dúvida falta estudo, rigor e seqüência lógica nos estudos da língua nacional.
Atenção
Retomarei as dicas sobre a produção dos modelos de textos habitualmente presentes nos vestibulares mais concorridos – e se estiver a fim, por favor, retorne ao blog nos próximos dias – e conte, também, aos colegas que esta professora orientará a escrita voltada à segunda fase do vestibular da UFPR.