Caso você tenha chegado aqui pelo título saiba que a educação das crianças e dos jovens é assunto sério; as consequências da sua ausência têm evidenciado os estragos que geram na vida, mesmo na dos que não têm aparentemente nada a ver com as tragédias ou vandalismos avistados em Curitiba e ali, em Araucária, por exemplo.
Eu tenho apenas uma filha, hoje adolescente, mas já convivi com milhares de crianças e jovens em sala de aula e as experiências de mãe e de professora fortalecem certamente as observações desta postagem, feita para chocar e indignar, mesmo que o leitor esteja vivendo ótimos dias neste final de 2009, porque acompanhei a exibição do vídeo Adolescentes invadem a escola e matam seis filhotes de cães (GPO, 29 de dez.) e fiquei literalmente indignada. Uma tristeza constatar que a maldade, o ócio e a falta de orientação adequada, quando conjugados destroem o trabalho de quem educa para o bem viver e estraçalham as intenções objetivas dos que erram, porque são humanos, embora saibam mobilizar as devidas correções.
Tenho pena dos pais desses adolescentes, infelizes aberrações humanas que envergonham aos que agem com equilíbrio. Lamento por todos os jovens que por uma razão qualquer deles se aproximaram, porque ainda verão muitas situações tragicamente acontecendo, caso intervenções necessárias não sejam imediatamente feitas.
Destruir o espaço escolar e nele externar atitudes animalescas é abominável, do mesmo jeito como é intolerável admitir que em nome da liberdade muitos jovens entrem nos ônibus urbanos, nos estádios e em quaisquer ambientes para destruir, insultar, agredir e matar.
Muita gente não vê mal algum em incentivar nossas crianças e jovens à prática emocionalmente violenta de alguns jogos eletrônicos, nem de presentear crianças com brinquedos que exerçam forte influência emocional à destruição, mesmo na base do faz-de-conta. Eu fico muito preocupada quando vejo um adulto sendo convencido por argumentos infantis a agir no erro ou ainda sem conseguir desviar da propaganda sem ética, destituída de intenções lúdicas, mas sim visando o lucro a qualquer preço.
Pontos de ônibus também foram danificados no domingo…
Deixar sempre muito claro o que pensamos sobre todos os assuntos e como agiríamos diante das situações é exemplarmente produtivo, sobretudo quando se tem em volta crianças e jovens para educar, mas agir assim exige proximidade, companheirismo, afeto e clareza de princípios educativos, requisitos nem de longe priorizados pela maioria.
Participe – Gostaria que o prezado leitor interagisse com a postagem e apresentasse uma razão para não ficar indignado com:
O modo grosseiro e descortês oferecido aos pais pelos jovens – Observe como falam e agem com indiferença; acompanhe com o olhar as diversas ocorrências nos espaços coletivos. Quanta diferença do tratamento respeitoso e afável dispensado aos pais de outrora. A concessividade criminosa faz escola em todas as áreas.
A indiferença dos mediadores educacionais quanto ao que acontece no interior da família ou da escola – Quando professores, a comunidade escolar e a família percebem que não são instâncias isoladas, mas sim complementares, as suas funções são exercidas exemplarmente.
Imputabilidade ou impunidade? – Tenho certeza de que a vida muda quando exemplificamos o respeito aos deveres que a nós compete, assim como ao exigirmos os nossos direitos e, não deixarmos que a desculpa de que “errar é humano” oficialize atitudes de bestialidade e doenças mentais e sociais.
Links temáticos oportunos:
> ‘A questão da criminalidade não se resolve com Direito Penal” (Vinícius Dias, GP, 4 /4 /2008)
> Vergonha nacional( Rogério Galindo, GP, Caixa Zero, 16 /6/2008)
>A tragédia da juventude brasileira( Tatiana Duarte e Fabiula Wurmeister, GP,22/7/2009)
Educação, emprego, moradia, alimentação, segurança, afeto e lazer são sete conquistas advindas pelo esforço coletivo, mas nem todos parecem dispostos a merecê-las – e os mais fortes, seguros e conscientes precisam mobilizar reforços em prol do usufruto saudável e equilibrado desses bens pelas novas gerações.
Até a próxima!
Obs- Fiz uma alteração no título da postagem, mesmo depois de tê-la editado; obrigada.
