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Lições imprescindíveis às crianças e  aos jovens
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Os primeiros dias deste 2009 não deixaram a paz tão desejada chegar. As notícias sobre as mais de 500 vítimas na Faixa de Gaza, as chuvas que voltaram a castigar o vizinho estado de Santa Catarina, entre outras muito preocupantes, desarrumam nossos projetos de calmaria mundial, entretanto a vida continua – e cabe a cada um de nós levá-la adiante, consciente da importância pessoal e mantendo a indignação necessária com as injustiças coletivas, em plantão ininterrupto.

Arquivo cel.  Doralice  Araújo
A vida de uma cidade depende dos que nela vivem e interagem em todos os sentidos

Sou uma educadora, portanto tenho direito a sonhar e trabalhar por uma vida melhor para todos – e a suposta insignificância que uns e outros sentem sobre si é o pior entrave ao avanço deste mundo, acossado por perspectivas e interesses tão diversos. Reflita comigo: costumamos sempre cogitar e palpitar sobre o que está fora do nosso campo visual , quando a maior lição dada às crianças e aos jovens está exatamente em examinar com vagar e atenção o que está sob a mira bem próxima dos nossos olhos e das nossas intervenções. Quer alguns exemplos, meu prezado leitor?

> Atentar à história local – Eu sou migrante do Pará, radicada há muitos anos nesta Curitiba – e a cada domingo que passa, ao ler a coluna Nostalgia, assinada pelo Cid Destefani, gosto ainda mais desta terra paranaense, que me abrigou desde 1992 e permite que eu trabalhe e viva com dignidade. Vivenciar estima ao lugar onde temos a família, a oportunidade do trabalho e do progresso é imperativo exemplar à educação dos mais jovens.

> Acompanhar e compreender os acontecimentos regionais – Eu também leio com extrema atenção os jornais e as revistas; eles contam do que não posso ver, mas atentar às novidades regionais evidencia o nosso grau de preocupação com o curso da vida que flui ali na esquina, no bairro mais encostado do nosso, na cidade vizinha – e nas necessidades da região.

Talvez alguns considerem piegas e desnecessárias as observações acima; afinal, são óbvias , porém não atentar às tendências locais e ocultar do debate entre as crianças e jovens a realidade vivida pela maioria mais próxima a mim soa incoerência. A educação bem feita, que atravessa diligente e eficientemente as fronteiras familiares e escolares, depende dos valores a ela atribuídos – e tais valores são alimentados por nós.

Alguns desafios para testar a nossa atenção às notícias locais

1- Quais as maiores virtudes e problemas do seu bairro e da rua onde reside?

2- Há uma programação cultural local que você tenha visto e recomenda aos demais, sobretudo agora nas férias escolares?

3- Há algum local, com acesso grátis, na cidade que seja interessante para passear, caminhar, andar de bicicleta ou simplesmente conhecer?

Nada, nada, substitui a vida bem vivida, aquilatada pelas ações empreendidas por cada um de nós, dentro da família, junto aos amigos e dos que têm a honra de conviver conosco. Buscamos lá fora, infelizmente, o que está aqui, ao alcance dos nossos sentidos.

Meus jovens alunos são invariavelmente instados a pensar, com o apoio dos materiais impressos e com muitas conversas, sobre os problemas e virtudes locais. Quer exemplos? A geografia urbana, a participação política, os hábitos , a engenharia do trânsito, as artes , as contradições educacionais, etc. – e o sucesso reflexivo aparece destacado nas redações bem assuntadas, sempre. Cogitar , refletir e agir são verbos, sem dúvida, com tempos e modos de importância ilimitada, concorda comigo?

Até a próxima!

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