Empresto da coluna Entrelinhas( GP, Vida e Cidadania, 3 de fev.) o tema para a postagem de hoje, além de transcrever abaixo as justificadas observações feitas pela editoria, sempre atenta aos fatos que ficam nas entrelinhas dos diversos cenários da vida.
” O leitor deve se lembrar do tempo em que livros didáticos passavam do irmão mais velho para os mais novos, sendo reaproveitados ano após ano. A prática ainda acontece em escolas públicas, que utilizam material fornecido pelo governo e que é recolhido após o fim das aulas. Mas, nas particulares, a realidade é outra. Os livros didáticos geralmente trazem páginas de atividades que devem ser preenchidas pelos alunos, sendo que muitas pedem desenhos ou o uso de lápis de cor. O resultado é que está cada vez mais difícil reciclar os livros. Se as editoras estiverem fazendo isso de propósito para evitar a reciclagem, é uma pena. Afinal, livro é um material nobre que deveria durar bem mais que um ano.”
Triste realidade
Lamentavelmente a realidade mostra que os livros, agora dentro da escola em formato de apostilas, ficam desperdiçados; tenho um exemplo entristecedor em minha própria casa. Desde a 5ª série, quando entraram na mochila da minha filha as insuportáveis apostilas, nunca mais o material didático pode ser reaproveitado, porque acontece exatamente como o texto acima alude: as atividades são feitas na apostila, o que inviabiliza o aproveitamento por outro estudante no ano seguinte.
A explicação está justificada certamente no lucro das editoras e na comodidade da escola , assim como na ausente participação dos pais na programação escolar, não nas possiveis alterações de conteúdo e praticidade, esta é a realidade. Fazer as atividades na apostila subtraí, portanto, o uso integral dos cadernos, embora as escolas costumem solicitar um para cada disciplina – e , cá entre nós, todos os anos fico indignada com a quantidade de folhas sem uso nos cadernos, item obrigatório na lista de material escolar.
Já escrevi um livro didático, um material regional destinado às crianças paraenses -e que poderá ser aproveitado pelos escolares nos anos seguintes, uma vez que as atividades propostas devem ser feitas no caderno do estudante, entretanto, nas escolas particulares que adotam apostilas a realidade é outra: a do desperdício, uma prática que favorece o oportunismo, a ganância e escancara a realidade de quem supostamente não está nem ai para os custos e o real destino do material escolar.
Uma sugestão
Experimente examinar o material didático( livro/apostila) do seu filho ; classifique – o como ” consumível” ou ” reaproveitável ” e analise as razões dessas adjetivações. Eu, sinceramente, fico indignada ao avistar a quantidade de material acumulado na prateleira de livros da minha filha. Doar material apostilado é muito nobre, mas quando penso que as páginas de interação com o estudante já estão preenchidas e marcadas com o famoso ” visto ” dos colegas professores, sinto muito constatar a triste realidade de quem mantém filhos na escola particular que adota materiais ” consumíveis”.
Essa prática, adotada pelas instituições particulares de ensino, precisa de um freio, mas cabe aos pais atentos, conscientes e responsáveis a devida movimentação , entretanto, poucos parecem ficar incomodados com o desperdício do material e o custo anual que ele acarreta. Eu, ao contrário , fico extremamente indignada, porque sei o quanto custa ganhar real por real para manter minha filha na escola.
Até a próxima!
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