No dia dedicado às mães é batata: a publicidade toma as modelos bem jovens, magras, lindas e extremamente bem vestidas para intermediar a homenagem. Eu sou mãe há 13 anos e raramente consigo encontrar identificação nessa emblemática figura materna, sempre com abundância de perfeição visual, calculadamente estimada por padrões que fogem ao que se vê na realidade.
Pensando no tema fiz ontem alguns registros com a câmera do celular. O objetivo? Fotografar mães reais, sem enfeites, em plena descontração nas ruas e espaços públicos de Curitiba, para lhes prestar o merecido destaque.
São mulheres envolvidas com uma das maiores tarefas da vida: a de educar filhos. Nem sempre bem preparadas ou precocemente levadas à maternidade pela falta de orientação as mães sao avistadas nos ônibus, nos supermercados, nas janelas dos carros, nos cuidados com a casa ou na força de trabalho fora do espaço doméstico. Não importa se a natureza da maternidade é biológica ou gerada pela adoção; mães sempre imprimirão cuidados maternos às ações empreendidas. Excessos ou falta fazem parte da vida, imperfeita, porque é fomentada por ações humanas, nem sempre reflexivas e lógicas.
A minha mãe atende pelo nome de Maria Luiza – e a sua, prezado leitor? Eu tive muita sorte de ser filha de uma professora primária, porque desde os primeiros anos da minha vida a educação foi assunto doméstico; minha mãe, além de educadora, bastava querer e se transformava no que desejasse: ora era a pianista emotiva, bordadeira caprichosa, costureira criativa, incansável mestre-de-obras, cozinheira de mão cheia ou simplesmente mãe. Hoje ela está mais quieta – e nos seus 90 anos apenas toca o seu teclado, faz as suas preces, cria peças de crochê, lê jornais e vive a declarar a saudade que sente dos filhos que estão longe, embora apenas na geografia.
Mãe é a mais perfeita expressão do verbo amar – Vez por outra converso ao telefone com as mães dos meus alunos; todas agem de modo semelhante, quando o assunto é a educação dos filhos: expressam o zelo, a preocupação com os excessos e a falta de empenho ou a certeza da responsabilidade nos estudos. Mãe é verbo amar em todos os tempos e ponto final. É a que nos gera, cuida, dá bronca, mas está sempre ali, vigilante e disposta a nos acolher, mesmo quando nem merecemos tanta dedicação.
Quer escrever um pouco?
Vá filho (a), viver a sua vida – é o que todas parecem dizer quando nos avistam com asas para seguir nossos impulsos da existência. A minha agiu assim quando sai de Belém para estudar um pouco mais e não retornei para casa, porque encontrei outros desafios irresistíveis – e a sua, prezado leitor? Qual a frase que a representa mais? Argumente; cite exemplos, compare, contraste, descreva elementos maternos.
Até a próxima!