Meu colega, o professor Jarbas, no seu bem-vindo Boteco Escola, disse tudo quando afirmou que “um blog é um espaço de conversa”, o que concordo plenamente, embora a conversa aqui, na maioria das vezes seja lamentavelmente reduzida por falta de interlocutores dispostos a sair do silêncio e assuntar comigo. Pois bem, vamos ao tema de hoje. Eu já morei e trabalhei em três grandes cidades, Belém(Pa), Campinas(Sp) e nesta Curitiba, onde mantenho um curso de redação e ainda não consegui encontrar um jovem estudante, que tenha aspirações fora do vestibular.
O assunto sempre rende muita conversa, queixas e medo, inclusive ele começa lá pela 5ª série do ensino fundamental, quando nossas crianças já falam no vestibular, porque o sistema fica pairando tal como um fantasma na cabeça de todos que fazem da escola um espaço de preparação ao famigerado exame classificatório – e , hoje, para a minha grata surpresa foi através das observações do colunista sem papas na língua Elio Gaspari que eu soube das prováveis mudanças no vestibular.
Dê uma olhada no excerto abaixo para ficar afinado com o tema da postagem:
” Nosso Guia poderá livrar os jovens da praga do vestibular. O ministro da Educação, Fernando Haddad, está concluindo uma negociação com os reitores das universidades federais e é possível que já em 2010 a primeira fase seletiva seja substituída pela nota do Exame Nacional do Ensino Médio, o Enem. Apesar de haver ideias adicionais, a mudança tende a começar pelo mais simples. A cada ano as 55 federais recebem em torno de 1,2 milhão de candidatos para 150 mil vagas. Numa primeira fase, 70% deles são massacrados numa prova mais preocupada em eliminar do que em julgar. Adotando-se as notas do Enem …”
Ficou interessado? Continue a leitura de “Boa notícia: o vestibular pode mudar” – e, depois, se desejar trocar idéias deixe um comentário considerando o que achou do assunto.
Eu gosto de saber das atitudes inovadoras do ministro da pasta da Educação; quando um sistema está falho e promove injustiças é preciso examinar com atenção os fatores que emperram a sua eficiência. Costumeiramente sempre digo aos meus alunos que os nossos encontros, regados a muitas leituras e exercícios de redação, não são exclusivos para o vestibular, mas sim para a vida de comunicação, nas suas diversas contigências, portanto, embora ganhe, em parte, o meu dinheirinho com vestibulandos, sei exatamente onde mora o perigo: na ganância dos que se beneficiam com o exame, na incompetência dos que manteem o sistema e no comodismo dos que estão indispostos a pensar em formas de avaliar melhor.
Uma observação: a foto que ilustra a postagem de hoje foi feita durante o Festival de Teatro, em 2005, aqui em Curitiba – e se você examinar com olhinhos de lince verá que estou sentadinha à esquerda; estou de blusa cor de vinho. Dei boas risadas com essas atrizes muito avantajadas que encenavam uma divertida peça de rua. Sabe de uma coisa? Eu gosto sempre muito mais dessas peças, porque ali as interferências são incalculáveis, mas quando o texto é bom a platéia aplaude e vibra com o teatro na sua mais fiel expressão, tal e qual o anúncio das necessárias mudanças no vestibular.
Tenham todos um excelente domingo. Até a próxima!