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Hoje, apesar do pequeno atraso, recomendo ao prezado leitor, caso ainda não tenha lido com a devida atenção, o exame da interessante reportagem Vida de papel, do jornalista Márcio Renato dos Santos (GP, caderno G, 14 de fev.).

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A influência poderosa da internet certamente dinamizou a rotina diária desta leitora atenta, dublê de professora dedicada, que costuma fazer uma seleção rigorosa de textos disponibilizados pelos diários impressos para examiná-los com os jovens, sobretudo, os vestibulandos, entretanto, textos como o sugerido acima alimentam o sistema de sucesso que empreendi, porque é assentado na versão de papel, acessível a todos. Veja o que costumo fazer, depois de ler os jornais:

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Passo 1: após a leitura matinal dos jornais faço um balanço dos textos que merecem análise – e, oportunamente, poderão apoiar com a pertinência necessária o meu trabalho junto aos jovens estudantes, nem sempre leitores, nem sempre eficientes intérpretes do noticiário e das diversas formas da expressão escrita.

Passo 2: a recortagem do abundante material oferecido pelos cadernos; ofereço atenção especial aos suplementos destinados aos jovens, tais como os ligados ao comportamento, tendências e informes de interesse educacional e lazer. Alcançar o leitor pelos temas do seu universo é o caminho para levá-lo à leitura de textos mais densos, longos e complexos.

Passo 3: reprodução dos textos selecionados ; a velha fotocópia entra em ação, mas não esqueço de indicar a fonte do material (quem escreveu, quando e quem publicou)

Passo 4: distribuição das coletâneas temáticas aos alunos; se vou trabalhar resumos ou texto de opinião a coletânea estará sempre articulada ao meu objetivo da aula.

Passo 5: leitura extremamente compreensiva do material; traduzir tudo, absolutamente tudo. Estabelecer sentido ao que se lê é fundamental.

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Passo 6: aproveitamento dos informes da coletânea para alimentar a produção de textos, comumente presente nos vestibulares concorridos, tais como análise de editoriais, textos de opinião, infográficos, cartas dos leitores, tirinhas e charges, compreensão de informes publicitários, fotografias, entre outros.

Reportagem & Recortagem

Esse trabalho de recortagem e suas etapas é o grande diferencial na minha atividade de professora de redação, mas sem dispor de um tempo e de materiais qualificados de leitura, o sucesso não aconteceria. O interessante é perceber, aos poucos e a cada aula, a valorização que os jovens leitores dedicam à decodificação e assenhoramento dos informes impressos.

Sugestão aos colegas professores: utilizem mais textos jornalísticos em sala de aula; é preciso aproximar a escola da vida. Vale levar os jornais do bairro ou mesmo de outras cidades. Quanto mais diversa a leitura, maior o ganho do leitor. Costumo solicitar aos meus parentes , lá do Pará e Amazonas, que mandem, vez por outra os impressos locais para compartilhar informes de lugares distantes, embora no Brasil. Você poderá fazer o mesmo ai, na sua cidade. O que acha?

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Sugestão os pais: oportunizem a leitura de jornais às crianças e jovens; dêem o primeiro exemplo, sempre.

Sugestão aos gestores educacionais e bibliotecários: assinar jornais e revistas e aumentar o acervo das bibliotecas são objetivos prioritários.

Uma proposta: você leu hoje algo nos jornais que merece o seu destaque? Que tal indicá-lo aqui, sem esquecer de justificar a razão para oferecer-lhe a relevância? Eu, por exemplo, já assinalei ótimos textos. Quer um exemplo? Carnaval: ame-o ou deixe-o, de Daniela Alves, no suplemento Viver Bem, da Gazeta.

Até a próxima!