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Obediência, comodismo e ideais coletivos

Adiantou o seu relógio, leitor? Hoje e durante toda a semana ainda sofreremos os efeitos aparentemente inconsequentes do ajuste do horário de verão no nosso horário biológico, mas para os defensores do HV os dados do governo apontam que no ano passado, os R$ 4 bilhões que foram economizados e a redução de quase 5% na demanda por energia elétrica no horário de pico (das 18h às 20h) valem o sacrifício de mais de 123 milhões de pessoas residentes no Sul, Sudeste e Centro-Oeste, segundo a Folha.

O Ministério de Minas e Energia continua ignorando os efeitos colaterais das medidas nas regiões Norte e Nordeste, mas quem sabe um dia os brasileiros de todas as regiões sejam tratados ou melhor, exijam o tratamento merecido, a exemplo dos argentinos. Você sabia que eles fizeram o governo desistir de adotar neste ano o horário de verão, previsto para começar neste domingo? Pois é, dançando tango eles têm motivos para comemorar, porque as maioria das províncias(estados para nós) informaram que não pretendiam mudar o relógio, argumentando que a medida lhes gerava prejuízos econômicos.

Vou mudar de assunto, leitor, porque ele já ganhou o caráter oficial no pais; quem sabe no ano que vem tenhamos alguma modificação? Eu, sinceramente, espero descobrir quais são os representantes dos estados que estão na comissão que aprovou o “horário de velho”, segundo um dos meus alunos de humor ferino e inteligente.

Daniel Castellane/Gazeta do Povo
Princípio constitucional garante que o cidadão não produza provas contra si mesmo, como o teste do bafômetro

Golpe de misericórdia na Lei Seca? O que que isso, minha gente? Segundo a reportagem de Themys Cabral: ” O advogado especialista em trânsito Marcelo Araújo concorda: “A lei foi mal escrita. A intenção foi boa, mas, duas semanas depois que a lei seca saiu, já era previsível que ela estava fadada à morte”, afirma. O desembargador do Tribunal de Justiça de São Paulo, Francisco Orlando, faz coro e diz que resolver o problema é função do poder legislativo. “A saída está nas mãos do congresso”, opina.”, na Gazeta do Povo de hoje só reescrevendo o texto da lei. Será que os caras não viram as contradições do texto na hora de sancionar a lei?

Antonio Costa/Gazeta do Povo
A lei seca e o uso do bafômetro trouxeram a esperança de maior rigor nos casos de embriaguez ao volante. Na prática, porém, a regra nem sempre é garantia de punição

No meu curso de redação e, certamente todos os bons professores orientam ser imprescindivel reescrever um texto quando ele deixa furos, se contradiz, indica falhas na composição e aponta discrepâncias entre os objetivos e estrutura. Suas excelências precisam voltar à escola; visitar um oculista e também um otorrino, porque não sabem escrever concadenadamente, não avistam bem os fatos e não ouvem o necessário para legislar e ganhar os nossos aplausos.

As estações estão destrambelhadas -O tempo está nublado, não é mesmo, prezado leitor? O calendário diz que é primavera, mas o sol se esconde e o friozinho curitibano está constante para o deleite de uns e a fúria de outros. No domingo passado foi a mesma coisinha, mas eu não resisti e fui dar uma volta, ali nas imediações do Centro Cívico, pois gosto de caminhar e de colher as frutas da temporada, nas áreas públicas desta Curitiba. Agora é o das deliciosas amoras. Hoje, se puder, sairei de casa para bem aproveitar o domingo. O tempo de plantar e cuidar de tudo é certamente durante os demais dias da semana; no domingo, além da agradável leitura dos jornais e revistas, costumo desfrutar da vida em família e ficar atenta às necessidades de atenção aos reclamos coletivos quando saio de casa, mesmo durante os passeios – e, você fará algo bem interessante hoje?

Doralice Araújo        Cenas em Curitiba, out. 2009
Mobilizar todos os sentidos para melhor participar da vida; um aprendizado constante

Ao circular de carro, à pé ou de bicicleta o cidadão pode avistar motivos para aplaudir, sugerir e advertir a quem compete; eu mobilizo todos os meus sentidos quando coloco os pés fora de casa, afinal, prezar e manter sempre acesa a atenção aos ideais coletivos foi uma lição que aprendi desde os primeiros anos de vida.

Quer treinar a escrita, leitor? vamos lá, interaja. À noite, depois da janta, voltarei para ver se este boteco de conversas encontrou frequentadores dispostos a trocar ideias. É provável que a Luciana, o Valdir, o Junior, o Fiori, a Doris e o José puxem uma cadeira para conversar comigo. Tomara que sim, porque eles são muito bons de papo – e, se outros se animarem terei conseguido outra vitória, centrada na leitura e na escrita.

Proposta 1 – Entre no clima proposto pela reportagem Como se livrar das tranqueiras( Daniela Neves, Viver bem, GP, 18 de out.) e justifique, a partir das suas observações, por que muita gente costuma guardar infinitamente tantos objetos em casa. Você é um desses casos? Conhece alguém apegado às inutilidades?

Proposta 2 – O especialista em gestão ambiental Efraim Rodrigues fez um apanhado geral interessantíssimo sobre o tema. Leia o excerto abaixo e comente, sem esquecer de argumentar, se a população deve ficar quietinha e caladinha diante das denúncias que o indignado professor faz.

“Nesta semana o governo brasileiro esteve se digladiando por causa de uma meta de liberação de carbono para Copenhague. Não comentei sobre este tema ainda hermético porque ele não interessa. Exatamente por ninguém se importar com ele, tanto faz 350, 320 ou 400 partículas de poluentes por milhão. Se nem meus alunos universitários sa­­bem isso direito, quantos votos podem ter atrás disto? Sem votos, não haverá fiscalização destas metas. Deixemos o governo cuspir qualquer número bonito que lhe venha a cabeça. Tanto faz.”( Pontos de vista, Temos tornado,GP,18 de out.)

Tenha um ótimo domingo; até a próxima!

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