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Os ideais republicanos e a pátria brasileira num feriadão

Neste 15 de novembro o calendário aponta o início de um feriadão para muitos brasileiros. O motivo da folga? A comemoração da Proclamação da República. Quando penso neste nosso país assolado por problemas vejo que os ideais republicanos parecem fazer parte apenas da história já vivida. Hoje cada pessoa pensa em si e não dá a menor pelota para os ideais coletivos. Os últimos conchavos políticos são provas do aproveitamento ilícito da máquina pública – e também do descaso dedicado às questões que nos interessam como participantes de uma sociedade que se intitula como republicana, mas que na prática é autoritária e alienada aos problemas sociais, que exigem soluções permanentes e atendimentos imediatos.

Quer ver a prova mais concreta das minhas preocupações? Pois olhe as manchetes dos principais jornais do país; veja também na Gazeta do Povo o sinal desse tempo de insensibilidades e “umbigadas”. A manchete de hoje “Delegacias fecham à noite e expõem cidadãos e policiais”, mostra as vulnerabilidades do contribuinte, desprotegido da garantia que merece usufruir: o sossego noturno, entretanto este é apenas um dos problemas. A leitura das manchetes apontará as vilanias políticas comandadas pelos espertos de plantão. Muitos deixarão para agir, fazer alguma coisa que seja em benefício dos demais somente depois do feriadão ou quando pressionados ou ainda quando der vontade. É assim que tem sido, mas até quando?

> Jornal do Brasil: Prefeitura recusa revisão de multas

> Folha de S. Paulo: Lula defende democracia de Chávez

> Estadão: Conselho pede que senadores cassem Renan

> O Globo: Malha aérea vai mudar de novo contra caos nas férias

> Correio Brasiliense: Máfia movimenta R$ 10 milhões por ano na Feira dos Importados

> Valor: Chuva alivia crise do gás e térmicas já são desligadas

> Jornal do Commercio: Força-tarefa será mantida em presídio

Para refletirmos

Selecionei para a postagem de hoje um trecho de famoso – e ainda necessário – discurso de Rui Barbosa, um símbolo das virtudes individuais neste Brasil.Esse excerto chegou na minha caixa postal, graças à minha amiga Nine. Se o leitor estiver interessado em conhecer um pouco mais do que declarou esse pequeno grande homem busque em: Senado Federal Obras Completas, Rui Barbosa. v.41, 1914, t. 3, p.86. As palavras, certeiras e sempre bem dispostas desse brasileiro, alcançam a alma dos que ainda sentem pulsar a vida.

Tenho vergonha de mim,pois faço parte de um povo que não reconheço,enveredando por caminhos que não quero percorrer…
Tenho vergonha da minha impotência, da minha falta de garra, das minhas desilusões e do meu cansaço. Não tenho para onde ir, pois amo este meu chão, vibro ao ouvir meu Hino e jamais usei minha bandeira para enxugar o meu suor ou envolver meu corpo na pecaminosa manifestação de nacionalidade.
Ao lado da vergonha de mim, tenho pena de Ti, Povo brasileiro!
De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto prosperar a desonra, de tanto crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto!

RUI BARBOSA

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