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O prezado leitor sabe que ler é uma habilidade que pode ser desenvolvida com sucesso; não é preciso muito esforço para incentivar crianças e jovens à leitura, mas é imprescindível lhes apontar objetivos imediatos, costumeiramente práticos – e quem intermedia ações voltadas à leitura sabe muito bem ou não sabe nadica de nada desse pormenor decisivo.

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Ontem li Antes e depois de Harry Potter, do Cristiano Luis de Freitas, editor da Gazetinha, encartado na Gazeta do Povo aos sábados. Gostei muito do histórico que ele ofereceu aos leitores. O fenômeno da série de livros sobre Harry Potter e a avalanche de leitores não apenas às livrarias, mas também às locadoras para ler as centenas de páginas dos livros e rever as cenas da série na telona explicam muito bem os objetivos da leitura.

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A sedução pela novidade das informações, o avolumar de elementos que fazem a diferença na hora da conversa descontraída ou da redação escolar e compreender e participar melhor dos fatos da vida em geral entre outros motivos explicam os porquês da importância de ler, independente das obrigações escolares ou exigências do trabalho profissional e interação com o mundo real ou fictício. Ler é uma necessidade e quem lê com autonomia estabelece trajetos ilimitados na busca por informações; é, se me permite o leitor, um vício bom e saudável.

Concordo plenamente com as delarações do cronista Luiz Fernando Veríssimo em “Calor bom na barriga”, ( GP /7 /2007) quando afirmou que:” Mesmo que Harry Potter seja menos um fenômeno de” marquetchim”, o fato é que as crianças estão invadindo as livrarias” e ainda “ No fim fica só um ressentimento com Harry Potter: que ainda não exista uma brasileira ou um brasileiro capaz de atrair hordas de crianças para dentro de livrarias como a sua autora. Ainda não se descobriu a grande mágica.”

Perguntas imprescindíveis– O que leva, portanto, prezado leitor, tantos jovens de todos os segmentos da sociedade à voracidade pela leitura da série Harry Potter? Um fenômeno editorial? Uma fabulosa propaganda midiática? Ou a carência de textos bons para ler? As crianças maiores e os jovens leem mais de quinhentas páginas e nem reclamam de nada, mas chiam feito uma chaleira no fogo para cumprir metas de leituras indicadas pela escola.

Professores de Português, atrelados aos conceitos rígidos de formação acadêmica questionável, dificilmente leem os livros da série; torcem o nariz para teenbusters, o que é um erro. É preciso lê-los para entender o que despertam nos seus interlocutores- e mais: descobrir os recursos textuais ou, segundo o jornalista João Rodrigo Maroni, o feitiço certeiro que J.K.Rowling harmoniza para compor a narrativa sedutora. Eu li e gostei dos livros – e para ser absolutamente sincera fiquei com uma baita inveja da escritora, porque com a fortuna acumulada em US$1 bilhão eu não precisaria sair vendendo as minhas aulas para pagar as contas no final de cada mês. Eu certamente as ofereceria de graça a quem delas precisasse.

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Quer treinar a escrita na carona do tema da leitura? Avante. Muita gente interessada em sair bem em concursos públicos aparece no meu curso para melhorar a escrita e fazer bonito na prova de redação. Beleza, já é um passo adiante, mas sem ler, descobrir os objetivos da leitura e instalar um desconfiômetro para todos os textos que lhes chegam às mãos, o trabalho não rende. Ler é o primeiro passo; a escrita decorre desse andar cadenciado, cujo trajeto é infinitamente ilimitado.

Proposta 1– Você conhece alguém que tenha lido com voracidade os livros da série Harry Potter ou você mesmo já avaliou a narrativa neles estruturada? Quais os elementos textuais que sobressaem nos textos? O vocabulário, as citações latinas, os elementos fora da realidade cotidiana, as referências aos elementos de magia, entre outros? Comente objetivamente.

Proposta 2 – Uma das características da literatura é fugir da realidade, também conhecida como evasão. Os livros da série Harry Potter e outros comumente nas mãos dos jovens trazem essa fórmula e talvez expliquem a voracidade dos leitores por esses títulos. Elabore um comentário justificando os porquês para que os jovens leitores optem por narrativas assim, a exemplo da série Eragon, de Christopher Paolini ou Stephenie Meyer com a saga Crepúsculo?

Até a próxima!

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