A vida de um corretor de texto não é um mar de rosas. Ler milhares de textos com o mesmo tema e encontrar negligências na elaboração da redação entristece, decepciona e nos faz refletir sobre as contradições relativas à certificação do ensino médio para o ingresso à vida universitária. Quem escreve, sob o pêndulo da competitividade, precisa mostrar claramente as suas intenções ao sucesso com a escrita.
UMA EXPERIÊNCIA REAL – Eu trabalhei duramente de 14 de dezembro de 2009 a 4 de janeiro de 2010. Corrigi centenas de redações elaboradas para o ENEM, mas poucos candidatos pareciam guardar intenções objetivas de sucesso com o texto que produziram. Encontrei quase mil textos caracterizados pelas inconcebíveis rasuras, totalmente ilegíveis, sem conteúdo, que não atendiam à proposta temática, repletos de fraudes (letras enormes ou espaços em branco para ocupar mais espaço na folha) e transcrição literal de informes da proposta com o intuito de aumentar a quantidade de linhas na redação, entre outros truques e desatinos.
COLOQUE NA CABEÇA: enquanto você redige um texto em atendimento à proposta de redação do outro lado está a equipe de corretores; ela tem a função de avaliar as suas qualidades quanto à interpretação e expressão escrita, portanto, você deverá concentrará a atenção nos seguintes itens:
> Oferecer condições ideais de legibilidade do seu texto.
> Atender integralmente à proposta.
> Organizar a sua composição quanto à estrutura, tema e recursos próprios da escrita bem concatenada.
> Elaborar um rascunho da redação e caprichar na versão final.
ATENTE ÀS DIFERENÇAS – Escrever para o vestibular ou concursos públicos diversos é diferente de escrever descontraidamente na internet; no primeiro caso a escrita é manuscrita enquanto em blogs, MSN ou Twitter os recursos são outros, as intenções e o contexto não incluem o sistema classificatório, o grande componente nos concursos públicos em geral. Faça as distinções devidas.
QUER TREINAR A REDAÇÃO?
Que tal acompanhar as descrições feitas pelo José Luiz Goldfarb sobre o velório de José Mindlin? Reúna as informações que já conhece sobre o simpático leitor e bibliófilo, falecido neste domingo para redigir um comentário. Mantenha a objetividade, a distinção no nível da linguagem e atente aos recursos textuais, auxiliares poderosos da escrita bem concatenada.
LEIA MAIS sobre Mindlin :
> Brasil perde o homem que amou os livros: José Mindlin; não deixe de visualizar o vídeo, na página do tio Vagner Lúcio.
LEMBRETE: aos poucos, assim que o leitor deixar o seu comentário relacionado à proposta prometo trazê-lo aqui para cima. Interaja e participe. Eu sigo aqui no Twitter, mas sempre de olho aqui no Na Mira.
“Mindlin dizia que a gente morre e os livros ficam. Concordo, pois há uns livros tão poderosos que nem as traças comem porque eles possuem o veneno da verdade. Afinal, muitas vezes a realidade da sabedoria é eterna e capaz de matar os vermes da ignorância, pouco a pouco, como um veneno letal.”( Luciana do Rocio Mallon)
“Além de atividade imprescindível para o sucesso em provas e concursos, a leitura -enriquecedora da expressão oral e escrita – nos brinda com a chance de adquirir experiência sem ter que passar pelas agruras do conhecimento alcançado por “tentativa e erro”. Há pesquisas em curso que atribuem ao ato de ler a diminuição das chances de desenvolver males cerebrais(como Alzheimer), ou ao menos de postergá-los(“Superinteressante” desse mês). Vejo, com tristeza, vestibulandos que confessam detestar ler, no entanto, adoram trocar experiências via MSN, Blogs, Twitter,celular, etc.
Penso que o problema a ser equacionado pelos educadores seja: Como aumentar a qualidade dessa ‘troca de informação’constante entre os jovens, valendo-se(como no seu Blog, Profa) de tecnologia, mídia e instrumentos que são atraentes a eles. Ou seja, se estamos perdendo, devemos nos juntar a eles ou, voltando a um tema já discutido, aprender a dançar a música que eles tocam….”( Junior)
Até a próxima!