Algumas pessoas são inesquecíveis; nos momentos alegres ou tristes é delas que nos lembramos e, mesmo que já tenham encerrado o ciclo da vida física entre nós, a recordação marcante que deixaram as torna presença viva na existência.
O leitor certamente recorda de entes queridos – os pais, os avós, um vizinho, um colega de trabalho ou da escola, uma pessoa pública – que foram marcantes na sua vida; eu também tenho algumas lembranças inesquecíveis, a começar pelo meu pai, homem simples e cheio de ensinamentos e causos, dos quais grandes lições amazônicas aprendi. Há também um contemporâneo dos meus tempos na Unicamp, o Ivan, acometido subitamente de um problema cardíaco; nunca uma pessoa foi tão incentivadora do estudo acadêmico e do progresso da existência quanto ao jovem químico maranhense com quem tive a honra de desfrutar da amizade. Outro de quem não esqueço é o saudoso professor Paulo Mendes, com quem aprendi a reconhecer o valor da História da Arte na atividade de um educador.
Os que fazem falta no mundo contemporâneo – Diversos exemplos eu poderia apresentar, porque ironicamente pessoas assim, exemplares, singulares, felizes e integradas ao mundo ficam tão pouco tempo entre nós, mas cedo o espaço ao leitor, fiel interlocutor deste Na Mira para que tire do anonimato gente boa e exemplar às crianças e aos jovens.
Participe: conte-nos sobre pessoas significativas que estiveram presentes na sua vida e de algum modo mostraram a edificação dos valores éticos; umas breves palavras e justificativas objetivas ajudarão a perpetuar a lembrança desses que jamais serão riscados do seu caderninho.
Valorização merecida – Eu gosto de ressaltar o mérito dos que avisto na cena comum, no texto brilhante, na imagem feliz, na prática ética. Muitos, infelizmente, não entendem a diferença entre o mérito e o oportunismo. É uma questão de aprendizado, porque reconhecer as virtudes de uma pessoa enquanto há lucidez, olhos e ouvidos sadios para entender a gratidão e o afeto sincero é sempre muito melhor do que uma nota obsequiosa no obituário, uma lápide bem tratada ou um lamento irreversível. Brindar à Vida e comprender a Morte são duas atitudes humanas, mas a maioria de nós fica sempre em movimento tímido diante do incompreensível, concorda comigo?
” Por ser o dia dos Finados,
os corpos estarão livres e abrigados
e os espíritos livres e alados.”
( Fábio Vilella, no site Recanto das Letras)
Para ler:
“Não é preciso ser adepto de religião para se extasiar diante da magnitude da existência. Aos ateus a vida e a morte causam encantamento, pois ainda que se considere a vida apenas…”
( Finados, Friedmann Wendpap, GP de hoje)).
Para recomendar: não fugir do convívio com as pessoas, não economizar contatos, visitas e encontros significativos. O tempo é relativo e a oportunidade da convivência uma janela aberta às alegrias da existência; é preciso aprender a jamais esquecer dos que conosco dividem as experiências próximas ou distantes.
Até a próxima!