Hoje, ao avistar a foto do Antonio Costa em destaque na capa da Gazeta do Povo, não pude deixar de pensar que na vida – diante das tristes notícias ligadas à conduta do motorista atrás do volante ou do pedestre desatento e irresponsável- exige que alguns pontos sejam refletidos e ajustados; o bom senso lhes pede passagem.
Não sei se você, mas quando estou diante da faixa de pedestre sinto um medão daqueles, porque ela não é, infelizmente, sinônimo de segurança. Enquanto todos carros e motos não param eu não atravesso. A faixa listrada no chão- observe a imagem do Daniel Castelanno – assinala que aquele pequeno limite é o meu lugar seguro para atravessar, mas na prática, sobretudo em áreas afastadas do centro e da vigilância das câmeras, não é assim que acontece. Muitos motoristas, como se tivessem uma arma, ao segurar o volante e apertar o pé no acelador, avançam e nos obrigam a temer pelo pior.
Já morei em Belém(PA), Manus(AM) e Campinas(SP) e gostei de experimentar avisos luminosos com indicação do tempo para atravessar e também com imagens de advertência, a exemplo daquela mãozinha pedindo para aguardar, diante da abertura do sinal para os carros, mas se motoristas e pedestres não entendem as regras, nada feito. A rua, a faixa, a pressa, o tempo sempre curto abrem alas à selvageria; estou errada, prezado leitor? Sinalizações equivocadas também contribuem ao caos; placas apagadas ou pichadas na estrada são itens sujeitos à revisão e correções constantes. É fluxo contínuo – e o cidadão atento e o motorista prejudicado pela falta de manutenção das placas de sinalização não podem ficar calados diante dessas falhas.
A bem-vinda arregimentação de forças das cidades de Curitiba e Londrina à propagação de campanhas educativas , segundo a manchete Dê preferência ao pedestre (GP, 11 de setembro) merece apoio de todos. Eu tenho marcas de acidentes nas pernas e na cabeça e, entro imediatamente na fila dos que aderem às campanhas que eduquem a dupla pedestre&motorista.
Viva Campo Mourão – Não sei, porque já faz um bom tempo que não vou até Campo Mourão(PR), mas lá a preferência ao pedestre pelo motorista era um fato; bastava que se colocasse o pé na faixa para que os motoristas nos dessem a passagem. Pode ser que já tenha mudado, mas constatar esse respeito deixou em mim e nos meus colegas, mediadores de oficinas culturais, levados àquela cidade pela Biblioteca Pública do Paraná, de queixo caido.
Não tenho qualquer dúvida de que a família, a escola, a imprensa e toda a sociedade podem fazer muito pela instalação de condutas sadias no trânsito. Quer exemplos? São ideias de uma professora, hoje mais pedestre do que motorista, portanto as sugestões são assentadas nas duas experiências – e, você está convidado a aumentar a lista. Quer participar?
> O bom exemplo convence, instruí e educa – Os pais precisam dar o bom exemplo invariavelmente: tanto na condição de motorista, quanto na travessia à pé nas ruas. Crianças e jovens ficam de olho em tudo, principalmente nas falhas, no ” jeitinho”, que burla o bom senso e abre as portas à concessividade danosa, prejudicial. O vale- tudo no trânsito é inadimissível. Alegar pressa não convence; acordar mais cedo, planejar o roteiro, evitar trechos de aglomeração, atentar à sinalização, atravessar e parar diante da faixa são atitudes imprescindíveis à paz no trânsito.
>Tema interdisciplinar – A escola, desde as primeiras séries, pode trabalhar situações centradas na educação no trânsito, entre outros desafios temáticos oportunos à disseminação informativa. Basta que o assunto, de fato, transite entre as disciplinas escolares. Na minha área , por exemplo, meu colega professor pode combinar a composição de coletânea de materiais informativos, ocorrências trágicas e de notícias positivas encontradas em soluções que otimizem o fluxo de carros e a movimentação segura dos pedestres e condutores de veículos. Cada professor, no interior da sua disciplina, sabe o quanto e o como um tema pode invadir poderosamente na escola; é só desejar fazer a diferença e viabilizar a circulação temática em destaque na comunidade escolar. As ferramentas educacionais são eficazes, mas nem sempre a escola sabe utilizá-las.
> Abundância de textos à disposição do leitor – A imprensa cobre os fatos e nos apresenta as notícias; fotos, infográficos, depoimentos, histórias reais de tragédia, medidas punitivas aos infratores e soluções de impacto tais como a noticiada hoje na Gazeta do Povo fazem a grande diferença. Eu costumo selecionar, recortar, reproduzir em cópias e elaborar com esse apoio jornalístico as propostas de redação em sala de aula. Para mim esses textos são parceiros da prática docente.
Quer treinar a escrita sobre o tema?
>Relate, em 1ª pessoa, uma experiência real que esteja ligada ao trânsito bem ou mal educado em Curitiba. Aviste mentalmente os pedestres e os motoristas e circule nos seus objetivos, assim como nos meios utilizados para alcançá-los.
>Você costuma atravessar aquela viradinha da Rua XV de Novembro com a Ermelino de Leão? Como é que você age diante daquela faixa de pedestre? Para o carro ? Permite a passagem do pedestre, afinal, há uma faixa indicadora ou segue adiante, ignorando as pessoas que circulam naquele ponto visível de Curitiba? Descreva o que costuma presenciar nessa região. Quando avisto um motorista educado, que para na faixa, dou uma olhada para ele e com o dedão em sinal positivo mando o meu recado de nota 10; alguns sorriem, outros devem pensar:” que mulher maluca!”
> No bairro onde você reside há algum trecho muito arriscado para atravessar ou que os motoristas costumam ignorar as regras de postura no trânsito responsável? Descreva o que vê habitualmente nesse local. Eu vou fotografar trechos perigosos aqui no bairro Mercês; você pode fazer o mesmo ai no seu bairro e enviar as imagens para a coluna Foto do Dia.
> A campanha alavancada por Curitiba e Londrina sugere aos condutores de veículos uma nova atitude diante do pedestre. O que você pensa sobre os objetivos e o que fará para demonstrar a sua adesão? Será que é contra à ideia? Elabore um comentário sobre as questões acima e justifique seus motivos com exemplos, comparações, intertextualidade, dados numéricos, entre outros recursos da exposição opinativa e, assim, treine a redação argumentativa. Lembre-se: condutores de veículos, ciclistas, pedestres, carrinheiros e agentes de trânsito podem estabelecer o que denomino de ação concertada e educada; se um deles falha a harmonia será prejudicada.
Até a próxima!