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Nikolas Ferreira

Nikolas Ferreira

Reforma tributária

A picanha virou pé de galinha e a cerveja terá mais impostos

O presidente Lula e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

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Com a versão final do texto chegando há poucos segundos antes do horário da sessão, por 336 votos a favor e 148 contra, a Câmara dos Deputados aprovou, na última quarta-feira (10) o Projeto de Lei Complementar (PLP) 68/2024, que regulamenta o IBS e a CBS na reforma tributária.

Foram 500 páginas a serem lidas em meio minuto, para uma decisão extremamente importante ao país. Em resumo, trata-se do aumento de impostos para os brasileiros.

Se hoje temos um governo que aumenta suas despesas e entrega as contas públicas no vermelho, não é de se esperar que a conta chegue no colo da população

Aliás, ao comentar sobre corte de gastos, o governo Lula se preocupou mais em falar sobre eliminar valores dos benefícios sociais do que suprimir despesas. Mas afinal, o que esperar?

Com a aprovação da reforma tributária da maneira em que se encontra, teremos uma projeção de taxação padrão entre 25,7% e 27,3%. Se considerarmos que o percentual médio, entre os mais de 170 países que adotam o mesmo modelo de tributação, é de 15,9%, o Brasil poderá vir a ser o país com o imposto mais caro do mundo. Motivo este de orgulho somente a quem tem sede de arrecadação, enquanto o retorno para quem sustenta a máquina é péssimo.

“Picanha e cervejinha?”. A famosa frase que Lula usou na campanha não passou de populismo barato. Entre os produtos que terão incidência do Imposto Seletivo estão justamente as bebidas alcoólicas, refrigerantes e outras bebidas. 

Em relação às carnes, por causa da oposição, e não pela vontade dos governistas, foi aprovado a alíquota zero para as proteínas, incluindo carnes, peixe, queijos e sal. Mesmo que tentem criar uma narrativa para ocultar a própria incompetência, o “tira gosto”  – nada agradável – que a esquerda verdadeiramente entregou são mais tributos.

Para os motoristas de aplicativos, já insatisfeitos com o PLP 12/2024 - que inclusive impulsionou protestos da categoria não só em Belo Horizonte como em outras cidades pelo Brasil - haverá uma alíquota fixa estimada em 26,5% caso não sejam formalizados como microempreendedores ou pequenos empresários. 

Há preocupação também no setor imobiliário, e a Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc) chamou a atenção para os impactos dos custos na área, que dificultariam o acesso à moradia no Brasil.

Pontos negativos não faltam, e não poderia ser diferente uma vez que quiseram fazer tudo às pressas e aprovar algo que os deputados nem sequer tiveram tempo de ler e estudar. Se os parlamentares não tiveram condições de fazer o mínimo, imagine como fica a população, que está sendo deixada de lado por interesses políticos que beneficiam mais o Estado que seus mantenedores.

Apesar dos pesares, sigo tranquilo em relação ao meu papel. Não coloquei e nem irei deixar a minha digital em uma reforma que aumenta impostos, afinal meu compromisso é com o Brasil e com meus eleitores. Não com acordos e politicagens. 

A cerveja terá um custo maior, a picanha está virando pé de galinha e há quem diga que o pastel agora virou algo luxuoso. Isso sem falar do aumento da gasolina e do gás de cozinha. Mas claro, alguns irão tentar te convencer que tudo isso, na verdade, é bom. Só não especificam para quem.

Conteúdo editado por: Aline Menezes

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