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Nikolas Ferreira

Nikolas Ferreira

Não é necessário um "banho de sangue"

A Venezuela precisa que ditadores, como Maduro, não estejam no poder

O ditador venezuelano, Nicolás Maduro, durante ato de campanha em Caracas. (Foto: EFE/Palácio de Miraflores)

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Na última semana, o ditador Nicolás Maduro afirmou em um comício que pode haver “banho de sangue” e “guerra civil” na Venezuela caso ele não vença as eleições no próximo dia 28. A fala, de forma óbvia, não repercutiu bem para aqueles que de fato defendem a democracia. Por outro lado, nada disso é novidade partindo de um tirano, apoiado por Lula e pela esquerda brasileira.

Para quem não se lembra, em 2019, durante as manifestações contra a ditadura de Maduro lideradas por Juan Guaidó, viralizaram imagens que mostravam blindados da Guarda Nacional da Venezuela atropelando manifestantes nas ruas. Além disso, o regime chavista havia censurado e interrompido transmissões de emissoras de rádio e TV a cabo que cobriam as manifestações. Fatos absurdos, mas que para os adeptos da democracia relativa, golpe mesmo é portar bíblias.

Em janeiro deste ano, Maduro afastou María Corina Machado, franca favorita para derrotá-lo, após uma decisão do Supremo Tribunal de Justiça, alinhado à tirania venezuelana. A manipulação do chavismo a deixou inabilitada de ocupar cargos públicos por 15 anos. Mais um avanço para afastar opositores do caminho do déspota. Corina agora apoia a candidatura do oposicionista Edmundo González, cotado por três institutos de pesquisa para ganhar o pleito com ampla margem.

A estratégia da esquerda é igual em todo o mundo. Maduro tem o poder da mídia controlada pelo Estado, utiliza fake news e persegue quem não se curva às suas vontades

O tal “banho de sangue”, é só mais uma fala lamentável no currículo do autocrata, que inclusive foi relativizada por Celso Amorim, assessor especial da Presidência para assuntos internacionais. Demorou quatro dias para Lula enfim se manifestar e se dizer “assustado” com o discurso de seu aliado. Hipocrisia pura.

Como se não bastasse, em outro comício na última terça-feira (23), o ditador venezuelano questionou os sistemas eleitorais do Brasil, Estados Unidos e Colômbia, afirmando que não são auditados. A velha mídia brasileira parece ter ficado mais indignada com isso do que com as atitudes ditatoriais de Nicolás. E, de forma vexatória, tentaram associar a fala do chavista ao “bolsonarismo”.

Em casos como este, constatamos mais uma vez como lamentavelmente alguns jornalistas preferem militar em vez de informar. Ficaram calados quando o ex-ministro da Justiça, e atual integrante do Supremo Tribunal Federal, duvidou das urnas eletrônicas, mas não pensam duas vezes antes de criar uma narrativa contra a temida “extrema direita”. Vale ressaltar que nem assim a imprensa militante foi capaz de chamar Maduro do que ele realmente é: um DITADOR, e não um presidente.

Você, leitor, lembra da fala do ministro do STF, Luís Roberto Barroso, em 2021, que, ao criticar o regime bolivariano venezuelano, afirmou que a Venezuela era uma “tirania de direita com discurso disfarçado”? Pois é. Isso me lembra quando um militante progressista afirma que o socialismo é falho porque nunca foi realmente implementado, quando na verdade ele falhou em todos os locais onde foi executado. Quando não há mais como defender o fracasso, jogam a culpa nos outros.

Que as eleições do próximo domingo possam ocorrer de forma justa - apesar de já terem sido construídas de forma arbitrária - e que a democracia seja verdadeiramente respeitada, algo que infelizmente parece distante para os venezuelanos. Eles não precisam de uma guerra civil, mas sim que ditadores, como Nicolás Maduro, não estejam no poder.

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Conteúdo editado por: Aline Menezes

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