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Nikolas Ferreira

Nikolas Ferreira

Lula não teve público, mas a Rouanet e o crime eleitoral estavam lá

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) durante evento no 1º de maio. (Foto: Ricardo Stuckert / PR)

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No último dia 1 de maio, Dia dos Trabalhadores, Lula mostrou novamente que a preocupação do seu governo com os trabalhadores - assim como a democracia defendida por ele - também é relativa.

Em um evento sem público (o que era totalmente previsível), mas com R$ 250 mil via Lei Rouanet e patrocínio estatal, o grande destaque do evento, além da pouca adesão, foi o crime eleitoral do petista pedindo votos antecipadamente para o "sem teto, mas com jatinho", Guilherme Boulos.

Que o atual presidente não tem apoio expressivo nas ruas é fato, e não somente ele como os companheiros sabem disso. Nesse caso em específico, o próprio Lula admitiu o fracasso do ato, justificando que a convocação havia sido mal feita.

Se um showmício com vários artistas, financiado com dinheiro público, e contando com a ilustre presença de quem a esquerda afirma ser bastante popular, precisa de mais incentivo para convencer os apoiadores, o que mais seria necessário?

Em 2020 postei um vídeo em que participei de uma manifestação esquerdista que contou com o famoso pão com mortadela e suco de caixinha para os manifestantes. Pelo visto o dinheiro que está sendo cortado da saúde e da educação também está faltando para o lanche, mas claro, nas emendas que são distribuídas aos montes para o Congresso em troca de apoio nunca falta.

Curioso como quem tanto criticava o tal orçamento secreto, durante a campanha, agora quebra recordes em repasses para se sustentar.

Enquanto tenta, em vão, conseguir o apoio do povo, Lula segue apostando suas fichas nos sindicatos, como se ainda estivéssemos no início dos anos 2000

Hoje, além da relação entre eles já não ser mais a mesma, a grande maioria da população não só rejeita ser representada por centrais sindicais como segue sendo contra a contribuição sindical obrigatória, extinta em 2017, e que o atual governo quer o retorno com uma cobrança três vezes maior que a anterior. Exemplo recente disso é que durante as manifestações dos motoristas de aplicativo contra o PLP 12/2024, que regulamenta a profissão, haviam diversas frases contra os sindicatos, um recado claro de que não aceitarão serem representados por quem quer prejudicá-los por pura politicagem.

Em relação ao desrespeito às regras eleitorais - transmitido por um canal público governamental - apresentarei Lula e Boulos ao Ministério Público de São Paulo por campanha antecipada, condutas vedadas e improbidade administrativa.

Por muito menos políticos de direita vêm sendo multados, inclusive eu. Essa parcialidade tem sido destacada até pela velha mídia, que de vez em quando dá alguns sinais de que, no meio de um emaranhado de assessoria, para os políticos de estimação, ainda há um fio de jornalismo verdadeiro em casos específicos, pelo menos partindo de alguns jornais. Se algo além da simples ordem de remoção do conteúdo será aplicada eu não sei, mas a minha parte novamente será feita.

Que sigam culpando o clima, a convocação mal planejada dos aliados, as coordenadas geográficas, o café sem açúcar, a alta incidência de raios ultravioleta e por aí vai. Somente na mente progressista o governo tem sido impecável e isento de qualquer erro. Claro que o aumento de impostos, a farra das emendas, o avanço das queimadas, a explosão dos casos de dengue, e a série de falas infelizes, não afetam em nada a queda de popularidade do homem que falava em unir o país, mas que vive de atacar seus opositores, e fica chateado quando é chamado de ladrão.

Os mesmos que ironizavam a direita quando qualquer coisa relacionada ao comunismo era dito, afirmando não existir tal ideologia no Brasil - mesmo sendo defendida abertamente por adeptos da tirania - agora criam uma fantasia em que as redes sociais, dominadas pela “extrema direita” em uma articulação mundial, são as verdadeiras vilãs. Quando na realidade são somente o reflexo do falhanço da esquerda em diversos países. Já que fazer um mandato eficiente e democrático não é comum para os socialistas, resta calar os opositores para fingir que está tudo bem.

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