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Make Orwell Fiction Again
| Foto: Carlos Alves Moura/STF

Mais uma semana em que o ativismo judicial foi o protagonista. O mesmo autor das frases ''perdeu, mané! Não amola'' e ''eleição não se vence, se toma'', disse recentemente em um congresso da UNE, o movimento esquerdista de estudantes que não estudam: ''Nós derrotamos o bolsonarismo''. Não sabemos se o ''nós'' se refere a ele mesmo junto aos ativistas de esquerda presentes no evento, aos demais ministros, às forças políticas que desejam eliminar a oposição, ou se na verdade o ''nós'' é um resumo de tudo isso junto, o que é o mais provável.

Em uma coisa Barroso está certo: sua fala destacando que o Judiciário deixou de ser um departamento técnico especializado e passou a ser um poder político na vida brasileira descreve bem o momento que vivemos. Em vez de buscar defender a Constituição, o STF parece estar mais preocupado em legislar e derrotar uma corrente política específica, como ficou claro nas falas do ministro. O que restou ao magistrado, que foi rotulado pelos militantes de esquerda de “articulador do golpe de 2016”, ano em que Dilma Rouseff sofreu impeachment, foi justificar de forma rasa e nada convincente a fala infeliz e que configura crime de responsabilidade, pois ministros do Supremo não podem exercer atividades político-partidárias segundo o Artigo 39 da Lei nº1079 de 10 de Abril de 1950. Sobre a acusação de ser golpista, nada foi feito ou falado. A resposta foi, pasmem, direcionar a raiva para os bolsonaristas.

Além desse fato inusitado, mas que não gerou surpresa, em um claro processo de desgaste e perseguição, a PGR apresentou ao STF um pedido de informação às redes sociais sobre publicações de Bolsonaro que seriam contra urnas eletrônicas e o processo eleitoral, além de disponibilizar dados de seguidores do ex-presidente. Porém, onde estavam essas mesmas instituições quando o atual ministro de Lula, Flávio Dino, fez postagens duvidando das urnas eletrônicas, defendendo o voto auditável e alegando fraude em uma das eleições que disputou?

Sua fala destacando que o Judiciário deixou de ser um departamento técnico especializado e passou a ser um poder político na vida brasileira descreve bem o momento que vivemos

Em 2022, simplesmente pedi ao TSE, responsável pela fiscalização, que apurasse uma denúncia que estava sendo veiculada sobre as urnas eletrônicas, e o resultado foi que todas as minhas redes sociais foram suspensas, com a alegação de que seriam ataques ao atual sistema eleitoral. A mensagem que fica é a de que, dependendo da ideologia, um pedido de investigação vira ataque, e ataques verdadeiros se transformam em liberdade de expressão. Para alguém com viés de esquerda parece ser permitido não só duvidar das urnas, como fazer as afirmações que bem entender.

Como se não bastasse as multas, perseguições, banimentos, suspensões, exclusões e inelegibilidades, a estratégia agora é intimidar até mesmo quem segue determinados perfis. Imagens? Ficou para trás. São capazes até de criar uma história em quadrinhos pra ilustrar a suposta agressão ao “iluministro”. A realidade é que estão alterando a própria... realidade.

Há 70 anos, George Orwell previu exatamente o que está acontecendo hoje. 1984 é uma obra de ficção atemporal onde não há liberdade ou privacidade. Make Orwell fiction again.

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