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Em 2019, tive o privilégio de ter uma conversa com o filósofo e professor Olavo de Carvalho em sua casa nos Estados Unidos. Na ocasião perguntei sobre como os jovens conservadores conseguiriam mudar a cultura no Brasil, já dominada pela esquerda. A resposta foi: ‘’Trabalho de base, trabalho de base, trabalho de base’’. Essa frase só reforçou aquilo que eu já tinha lido, inclusive em obras escritas por ele, e estava lutando nos últimos anos para não somente colocar em prática, como para acender o desejo na juventude de fazer parte dessa mudança de forma efetiva.
Já relatei com detalhes os exemplos de doutrinação que aconteceram nas salas de aula que frequentei tanto na escola quanto na universidade, onde isso fica ainda mais evidente. Quanto mais eu questionava a ânsia dos doutrinadores em difundir teorias fracassadas, pensamentos únicos e assuntos que em nada se relacionavam com a matéria a ser estudada, a perseguição aumentava, fora a hostilização, inclusive da parte dos “colegas” de classe. Ainda assim, nunca considerei o caminho mais fácil. Decidi que não seria omisso.
Por onde eu passava, percebia que em praticamente tudo o discurso era completamente uniforme e não havia espaço para o contraditório. O marxismo cultural avançava seguindo a máxima gramsciana de que o poder não seria tomado por armas e sim pela hegemonia cultural. Ali percebi que era fundamental entrarmos nessa guerra, porque não há nada que hoje é gritado nas ruas que não foi sussurrado em outros locais, principalmente nos ambientes estudantis.
No que depender de mim continuarei ajudando conservadores a ocuparem os mais variados espaços antes dominados pela esquerda
Enquanto coordenava um movimento de direita em Minas Gerais, ainda sem exercer cargo público, iniciei um grupo de estudos conservador, para que, além de termos uma forte presença nas ruas, pudéssemos compreender melhor aquilo que defendemos, que é o requisito mínimo para daí em diante decidirmos influenciar outras pessoas. Lembro que falamos sobre as obras do próprio Olavo de Carvalho, além de Roger Scruton, G. K. Chesterton, C.S. Lewis, Russell Kirk, Michael Oakeshott, Ludwig von Mises e muitos outros.
Discutíamos sobre os mais variados assuntos, principalmente ligados à política e à cultura. Destaco um ponto muito importante: como nem sempre conseguíamos um local que comportasse a todos, decidimos utilizar um espaço público administrado pela prefeitura de Belo Horizonte e que já era dominado por progressistas. Quando esses grupos souberam do que se tratava, houve boicotes dos mais variados; apesar de entrarmos no local ao som de vaias e xingamentos, a retomada havia começado.
Mesmo após conquistar o cargo de vereador em BH com uma votação expressiva, ainda na minha primeira eleição em 2020, e posteriormente o de deputado federal mais votado do Brasil e da história de Minas Gerais em 2022, não deixei a guerra cultural de lado. Se há algo que aprendemos não só na teoria como na prática é que de nada adianta chegarmos ao topo sem dominarmos a base. Comecei a palestrar pelo Brasil e pelo mundo aos finais de semana e feriados e o resultado foi e vem sendo excelente. Mesmo diante do cansaço físico e mental e sacrifícios muitas vezes ligados a momentos como estar com minha família, tenho feito o que posso com aquilo que me foi confiado, acima de tudo, por Deus. E não tem preço ver crianças, jovens e inclusive idosos sendo incendiados após cada oportunidade.
Fico feliz em ver que em todos os cantos do país a direita está entendendo que bem acima de cargos, o poder está nas mãos do povo. No que depender de mim continuarei ajudando conservadores a ocuparem os mais variados espaços antes dominados pela esquerda.
Exemplo disso é que recentemente postei um vídeo com relação às eleições para a presidência do CREA em Minas Gerais e para o CONFEA, já que não podemos nos contentar apenas com o excelente avanço que obtivemos nos conselhos tutelares.
Tenho a ciência de que sozinho não consigo alcançar a todos. Precisamos formar novos professores, escritores, roteiristas, artistas, músicos, psicólogos, psiquiatras, advogados, juízes, e por aí vai. Pessoas que independente da profissão, farão política, que é a ação de influenciar as pessoas. Serão produtores de conteúdo e não reprodutores de algo que foi imposto, e levarão a mensagem onde ela precisa chegar.
Lembre-se que não existe espaço vazio, se não forem ocupados por nós, serão ocupados pelos outros. Sua influência precisa chegar aos lugares em que você está e que outros não conseguem alcançar, afinal, quem vai ouvir se não há quem fale? O presente pode ser deles, mas o futuro é nosso.