Um comunista numa Suprema Corte ativista

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Motivo de orgulho em discurso que mostrava o quanto a aprovação de Flávio Dino era importante para os planos da "democracia relativa" de Lula, vergonhosamente, por decisão do Senado, um comunista declarado será o novo ministro do STF. Que a tripartição de poderes já morreu no Brasil é um fato, e não será diferente agora que alguém que defende um regime totalitário que matou milhões de pessoas pelo mundo está compondo o Supremo Tribunal Federal. O autoritarismo e o ativismo do órgão que deveria, pelo menos em tese, guardar a Constituição, ganha mais um personagem que remete ao título da produção cinematográfica "Os Vingadores", mas que nem de longe é um herói. Nada cômico, apenas trágico.

Durante a sabatina, Dino mostrou mais do mesmo. Assim como fugiu das convocações feitas por nós, oposicionistas, também se esquivou de várias perguntas. Eis aqui um resumo: um senador fazia um questionamento e ele simplesmente não respondia. Quando respondeu, aliás, foi outra prova de que tudo vai muito além de um negacionismo da realidade ao afirmar que não existe uma ditadura do judiciário no país. Se antes mesmo de assumir seu cargo o novo ministro não consegue admitir a realidade, não há mais o que se esperar além do aumento da atual crise política.

Como governador entre os anos de 2015 e 2022, Flávio Dino deixou como herança ao Maranhão, nada menos, do que a última colocação do país nos indicadores socioeconômicos. Apesar de ter dito que melhoraria a situação do estado, a promessa não foi cumprida. Várias cidades maranhenses não só foram deixadas na miséria com os menores PIB per capita nacionais, como são destaques negativos, por exemplo, com relação ao acesso à educação, à água potável e ao saneamento básico.

Após ser nomeado por Lula como ministro da Justiça, mesmo após poucos meses fazendo parte de um dos "300" ministérios, não faltaram polêmicas. Dino se posicionou contra aqueles que reprovam o sistema eleitoral e, posteriormente, vieram à tona críticas ao mesmo sistema (inclusive duvidando das urnas eletrônicas) presentes em postagens antigas. O agora ex-ministro acionou a justiça contra um youtuber ao ser chamado de "gordola", mas se calou quando piadas classificadas como gordofóbicas, até pela velha mídia, foram proferidas contra ele por seu chefe, condenado por corrupção e lavagem de dinheiro (não custa lembrar).

Ainda, Dino se impôs como um ferrenho combatente às notícias falsas, mas ignorou as inúmeras que foram criadas por seus aliados. Ele próprio chegou a espalhar fake news ao afirmar que fake news é crime. O foco nunca foi prezar por aquilo que é verdadeiro e sim censurar as opiniões contrárias. A oração de um pastor foi mais fiscalizada pelo novo ministro do STF do que a "dama do tráfico", que foi recebida e teve demandas analisadas em seu ministério. Foi mais prioritário combater a internet do que a criminalidade. Definitivamente, não há esperanças por um judiciário isento tão cedo; em contrapartidas, as expectativas com relação à hipocrisia serão altas.

Para aqueles que se venderam por emendas ou por uma falsa promessa de piedade dos tiranos, digo que o máximo que conseguirão é serem os últimos a apagarem as luzes. Citando Winston Churchill, "entre a desonra e a guerra, escolheste a desonra, e terás a guerra." Não se negocia com quem nunca quis negociar e não se espera misericórdia de tiranos. Jordan Peterson foi assertivo ao afirmar que "se você acha que os homens fortes são perigosos, espere até ver o que os fracos são capazes de fazer". Trabalharei incansavelmente para que o lugar de todos esses sejam tomados por pessoas de caráter, não só na política e no Judiciário como em todas as outras áreas. Mais uma vez tem se provado que covardes geram muitos prejuízos à nação.

Sei que muitos estão desacreditados e apáticos, o que é legítimo, mas não podemos deixar isso ser maior do que a nossa motivação em continuar lutando. Acredite em você e no seu poder de influência e não dê importância aos "isentões" que ficaram em cima do muro, dizendo que um lado era igual ao outro. Sabíamos que não era e tivemos a confirmação da pior maneira possível. A verdade é que a conta também chegará para eles. Não há como esperar resultados imediatos contra quem está construindo pilares por anos, após muitas e muitas brigas e decisões erradas. Portanto, que não pequemos levados pelo desânimo e pela omissão. Trabalho de base!

Nikolas Ferreira

Nikolas Ferreira de Oliveira é natural de Belo Horizonte, tem 27 anos e é formado em Direito pela PUC Minas. Foi vereador na capital mineira e nas eleições de 2022 disputou uma vaga para a Câmara Federal, tornando-se o deputado mais votado do país e alcançando a maior votação da história de Minas Gerais, com 1.492.047 votos. É autor do best-seller O Cristão e a Política, de 2022, livro inspirado nas palestras que ministrou no Brasil, Estados Unidos e Europa. **Os textos do colunista não expressam, necessariamente, a opinião da Gazeta do Povo.

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