Histórias como a de Mara, a mãe que flagrou a filha em sua primeira mentira da adolescência, são comuns, segundo a psicóloga Paula Gomide, especialista na orientação de pais e filhos. “A mentira existe porque as pessoas tentam fugir da punição”, diz.
Quando isso ocorrer, os pais devem, primeiro, fazer com que os filhos façam uma autocrítica. Não adianta a bronca. O adolescente precisa entender o risco daquele comportamento. Para isso, os pais devem tentar fazer com que o adolescente entenda como eles se sentiram, quais foram os riscos a que estiveram expostos e apontar caminhos para que aquela situação seja tratada, sem a necessidade da mentira. “O jovem precisa perceber que decepcionou os pais, sentir culpa, ficar envergonhado com seu comportamento e arrependido. Feito isso, o passo seguinte é que ele peça desculpas aos pais.”
Em muitos casos, somente isso é suficiente para que a situação não se repita. Mas se não for? Se a pessoa enganar os pais novamente? Paula Gomide diz que, além de se repetir o procedimento, os pais devem partir agora para as punições, que não devem, porém, ser muito longas. “Isso significa que o entendimento não foi real da primeira vez.” Como castigo ela sugere impedir que o jovem saia de casa num fim de semana ou deixá-lo longe da internet por dois ou três dias. “E o mais importante é que a pessoa entenda que a repetição desse comportamento poderá tornar a situação insuportável para ela e para os pais, já que ela poderá passar por vigilância constante, se a confiança for efetivamente perdida.”
Mas se mesmo assim, as mentiras persistirem, a psicóloga diz que é hora dos pais buscarem ajuda especializada. Neste caso, pode ser necessário rever uma série de comportamentos tanto dos filhos, quanto dos pais.
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