“A falta de amizades ou a preferência por ficar sozinha por parte de uma criança deve ser vista como problema pelos pais dependendo da idade e das circunstâncias. No entanto, é importante que a criança se acostume a ficar sozinha e possa dar vazão as suas vontades, sentimentos e imaginações sem se preocupar com a expectativa ou a vontade de outra pessoa.” O comentário da psicóloga Mariana Chalfon, mestre em Psicologia Clínica, analisa a questão levantada, na semana passada, pela mãe de João, o menino que está com dificuldades para fazer amigos na escola e gosta muito de brincar sozinho.

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A psicóloga explica que exercitar a capacidade de estar “bem sozinho” nos dará, no futuro, a possibilidade da concentração e da serenidade. Por outro lado, o desinteresse em se relacionar, a partir dos quatro ou cinco anos de idade, de maneira persistente, deve ser investigado. A criança pode apresentar problemas psicológicos, como insegurança ou baixa auto-estima.

Outros casos podem apontar problemas de audição, que deixam a criança alheia ao mundo. Em situações mais raras e graves, pode haver a existência de algum transtorno de desenvolvimento também.

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A especialista também analisou o caso do adolescente que gasta boa parte do seu tempo livre em frente ao computador e não se relaciona com os colegas da escola, alegando que eles o discriminam por ser negro e ter menos recursos financeiros. “Preconceitos sempre existirão, mas é importante que mãe e filho conversem a respeito da própria condição para que não haja ressentimentos.”

Os pais também devem estabelecer contato com a escola e tentar trabalhar, de maneira conjunta, a solução para o problema. Ela diz que é interessante ainda observar, na e com a escola, como se apresenta a solidão ou o desinteresse da criança: “É algo que ocorre na sala de aula, em trabalhos em grupo? Ocorre nas aulas de Educação Física? Como o momento do recreio é conduzido? Existem monitores que podem tentar mediar o relacionamento com colegas para melhorar a interação da criança?”

Essa aproximação com a escola, ressalta a psicóloga, pode ser um boa alternativa, pois a mesma poderá abordar o tema “preconceito” de maneira ampla,e não pessoal, e, assim, ampliar a consciência de todos.

Limitar o tempo em frente ao computador também pode ser uma atividade acertada. Mas, para isso, o os pais precisam oferecer outras atividades ao filho. “De qualquer forma, é importante que os pais monitorem o que os filhos estão fazendo, seja presencialmente ou virtualmente. Todos os perigos que existem no mundo real existem também no virtual, e ambos os espaços abarcam maneiras diferentes de contato e relacionamento. Como ambas fazem parte do mundo contemporâneo, as duas devem ter espaço na rotina das crianças, em justa medida.”

Esportes

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O incentivo à prática de esportes coletivos, tanto por crianças como por adolescentes, é indicada por especialistas para vencer a timidez e incentivar a interação com pessoas da mesma idade. “O esporte pode e deve ser um meio de integração. A participação em escolinhas esportivas é um meio de favorecer a socialização da criança”, opina o professor Cláudio Schleder, que atua na rede pública, é técnico de futebol de salão e docente da Faculdade Sant’Anna de Ponta Grossa.

Ele enfatiza, porém, que é importante que se busquem instituições que não valorizem em excesso a competição, já que em muitos casos essas escolinhas privilegiam por demais o atleta+medalha ,o que ocasiona uma discriminação entre os pequenos atletas. “Alguns viram sinônimos de vitorias e outros meros expectadores, desvalorizando a questão da prática esportiva como meio de integração e criando mais uma barreira entre eles.”