O encontro de famílias será neste domingo, dia 23, às 16h, no Shopping Novo Batel.
Segundo relato no Facebook da mãe Dora de Paula, seu filho Luka Wolokita foi discriminado no estabelecimento.
Reproduzo aqui o post:
Sr. Luis Celso Branco, diretor do Shopping Novo Batel,
Hoje fui na confeitaria Zurich com a minha grande amiga Deise Marin, acompanhada do meu filho Luca Wolokita , filho de Jayme Wolokita, neto de Dora P. Soares e o senhor teve a ousadia de dizer em voz alta para que todos escutassem que o meu filho ESPECIAL estava atrapalhando “o seu chá”, que ele era INCONVENIENTE e que deveria estar em casa pois não tem condições de frequentar um lugar publico, que eu não sei cuidar dele e que estava atrapalhando a sua liberdade de estar sossegado… isto tudo por que Luca se manifestou em voz alta por estar se irritando com o barulho.
Eu lhe pergunto Sr Luis Celso Branco: quando uma mãe frequenta o seu Shopping com um bebê que chora ou que fala alto no telefone devemos expulsá-los também?
O que nós deveríamos ter feito? Ido embora para o senhor poder tomar o seu chá?
A solução é trancar estas pessoas para que elas não incomodem o padrão da normalidade estética e auditiva deste mundo?
É assim que o Shopping Batel acolhe as pessoas? Com esta tolerância maravilhosa?
O encontro é organizado pela União de Pais Pelo Autismo – Uppa. Reproduzo também a nota da organização:
Diante de um caso em que uma criança com necessidades especiais e sua família sofreram constrangimento dentro de uma cafeteria em Curitiba, em sinal de apoio estamos organizando um encontro de famílias neste domingo. A intenção é ter uma tarde divertida com as crianças que, diferente do que foi dito neste episódio de preconceito, não devem ficar presas em casa, mas ocupar o espaço público sem sofrer qualquer tipo de discriminação por sua condição. A União de Pais Pelo Autismo fortemente recomenda que crianças com autismo ou com qualquer tipo de deficiência tenham sua socialização estimulada e que possam usufruir de todos os espaços da cidade como qualquer outra criança. Por uma cidade com pessoas mais humanas!
Minha irmã, que também é autista, além de ser portadora de deficiência mental severa, e minha mãe estão viajando.
De outro modo, teria prazer em participar desse encontro e levá-las para fazer novos amigos. Sei que elas também ficariam felizes e satisfeitas.
Minha sugestão é que os encontros continuem a acontecer nesse local como uma forma de educar a sociedade a ser mais tolerante com as diferenças.
O lado do shopping
O shopping publicou uma nota de esclarecimento em sua página do Facebook:
NOTA DE ESCLARECIMENTO – Shopping Novo Batel
A Diretoria esclarece que houve um mal entendido entre clientes que estavam nas dependências de um Café, na tarde desta quinta-feira (20/08/2015).
Uma mãe não entendeu observação feita pelo cliente.
De acordo com a mãe o empresário teria agido de maneira discriminatória em relação ao comportamento do seu filho especial (adolescente de aproximadamente 20 anos), no local.
Na verdade o que ocorreu foi que o cliente dirigiu-se a senhora e não ao seu filho (que estava gritando e muito nervoso no ambiente), pedindo educadamente que a mesma cuidasse do seu filho.
Apesar do incidente (na versão da mãe), o cliente lamenta o ocorrido e que o mesmo não contribuiu de maneira alguma para o que está sendo postado nas redes sociais.
Vale ressaltar que o cliente/empresário, sempre manifestou o maior respeito e admiração aos pais de crianças e jovens de modo geral, tanto que recebe no estabelecimento do qual é um dos seus diretores, quase que constantemente escolas de crianças especiais, inclusive nas salas de cinema.
Além disso, contribui para hospitais de nosso município, e mantém uma instituição filantrópica, no Bairro Pinheirinho, que atende mais de 180 crianças carentes, de até oito anos de idade, com educação e alimentação (três vezes por dia), sem nenhum auxílio do Poder Público, desde o ano de 2007.
Por fim, lamentamos o ocorrido e nos colocamos à disposição para quaisquer esclarecimentos.
Curitiba, 21 de agosto 2015.
A Diretoria
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