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Causou muita polêmica a campanha da Prefeitura de Curitiba a respeito da inclusão dos deficientes.

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Trata-se porém de uma campanha que chama mais a atenção para si mesma do que para a causa que defende.

A equipe de comunicação da Prefeitura de Curitiba, sobretudo a de mídias sociais, é muito boa, mas algumas ideias parecem, por vezes, terem sido importadas da Bazingolândia.

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Desta vez, lançaram um outdoor e uma página enganadores em que, supostamente, um grupo defendia a redução dos direitos das pessoas com deficiência.

Embora a causa da mentira, ontem desmentida em uma coletiva de imprensa, seja nobre, creio que este seja um daqueles casos em que os fins não justificam os meios.

A ideia causou comoção desnecessária sobretudo a diversas pessoas portadoras deficiência que se sentiram diretamente atingidas com a argúcia do criador da campanha, seja lá quem for.

Faria grande diferença, no entanto, se a Prefeitura de Curitiba gastasse a verba que deve ter ido para implementar essa peça de comunicação (peça parece ser o termo adequado) em tornar mais acessíveis seus próprios equipamentos.

Tomemos o exemplo da Casa de Leitura Hilda Hilst, no Jardim das Américas:

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Será que uma cadeira de rodas passa por esse portão?

Segundo uma leitora, apenas a folha direita da porta abre. Se o cadeirante tiver uma cadeira de roda estreita o suficiente para passar pelo portão dificilmente passará pela porta.

Gostaria que os leitores portadores de deficiência física, sobretudo os cadeirantes, me dissessem se a Casa de Leitura Manoel Carlos Karam, no Parque Barigüi pode ser considerada acessível, considerando-se as seguintes imagens ou se é exagero meu:

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A calçada de acesso não tem guia rebaixada.

Mais detalhes da calçada de acesso e do portão.

Boa parte do conteúdo e dos serviços oferecidos pela Casa de Leitura está no segundo andar.

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Outra leitora avisa que todos os faróis do saber têm computadores disponíveis aos visitantes, com acesso à internet, mas para se ter acesso a eles, em muitos casos, é preciso subir uma escada em caracol.

A biblioteca Nair de Macedo, embora tenha uma rampa para além do portão, tem calçadas totalmente irregulares, com pedras soltas e buracos em seu entorno, dificultando a chegada de qualquer pessoa em uma cadeira de rodas:

Cabe a questão: antes de chamarmos a atenção da intolerância aos direitos das pessoas portadoras de deficiência, cabe verificar se nós mesmos, na prática, já fizemos todo o possível para incluir essas pessoas e garantir esses direitos.

Quanto à campanha, deixo a palavra a Gabriel Leger, Coordenador no Paraná do Projeto Ministério Público de Contas pela Acessibilidade Total, que escreveu publicamente em seu perfil do Facebook: “Lamentável a estratégia que para chamar a atenção a um tema pratica um ato tipificado com crime na Lei Brasileira de Inclusão.”

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