• Carregando...
Como saber se você é pobre usando o relógio
| Foto:

Não é a quantidade de dinheiro que temos que mede a nossa riqueza (FOTO: home made clock via photopin (license))

Tive esta sacada no trânsito, quando vi um carro – por acaso, um carro de luxo -, costurando, fazendo manobras arriscadas e em excesso de velocidade.

E percebi o quanto aquele motorista, usando seu terno de marca famosa, deveria ser, na verdade, pobre.

O tempo é o nosso bem mais precioso, independentemente de quanto dinheiro temos.

Ainda que possa haver uma relação entre tempo e dinheiro, nem sempre a correspondência é verdadeira.

Assim, existem pessoas que têm muito dinheiro, mas seu tempo não lhes pertence.

São, na verdade, pobres.

O tempo dessas pessoas foi vendido completamente – por uma soma maior ou menor – a empresas, a outras pessoas ou a dívidas (que são pagas com dinheiro que se recebe em troca de tempo).

Trabalho é tempo.

Trabalho especializado é o tempo que se leva para executá-lo somado ao tempo que você levou para aprendê-lo.

O período que somos obrigados a nos deslocar até nossos empregos em transportes públicos ou particulares nos empobrece na proporção de sua demora e baixa qualidade.

Do mesmo modo, existem pessoas com pouco dinheiro, mas que possuem muito tempo sob sua posse e o usam com sabedoria.

São ricas.

Existem pessoas com muito ou pouco dinheiro, que têm muito tempo a sua disposição, mas não sabem fazer uso dele.

São perdulárias.

Se olharmos a vida sob esse ângulo, as suas posses materiais passam a ter um valor um pouco menor.

Não que não se deva tê-las, mas sob o aspecto do tempo, de fato, elas podem ser avaliadas sob outra escala.

Não é o valor monetário que diz o quanto sou bem sucedido (e, por favor, entenda bem-sucedido de um modo mais profundo), mas como me relaciono com o meu tempo.

Pessoalmente, prefiro viver com menos de R$ 1500 por mês e ter muito mais tempo para exercer atividades criativas que não dão “lucro” para terceiros e possivelmente nem para mim.

Assim, criei um modo mais ou menos objetivo para determinar o meu grau de riqueza ou pobreza em determinado instante da vida.

E esse estado pode variar muito no rápido período de 24 horas.

Se estou com pressa – isto é, estou com pouco tempo sob minha tutela – estou pobre.

Se não estou com pressa – com muito tempo sob minha tutela -, sendo capaz de aproveitar o instante sem ansiedade excessiva para chegar a algum ponto ou atingir um objetivo, estou rico.

Por isso, olho com certa desconfiança para esses métodos de gerenciamento e otimização do tempo.

Afinal quem é que está querendo que você faça mais coisas durante o tempo que, em princípio, pertence a você?

Você, em essência, ou alguma coisa externa a você?

O que fazer com o tempo, como aproveitar da melhor forma esse tempo, no caso de você ser alguém rico sob esse critério, é uma questão muito pessoal, mas, no fundo, cada um de nós sabe o que é um tempo bem aproveitado, um tempo vivido com qualidade.

Talvez conversar melhor com as pessoas, ouvindo realmente, sem interromper tanto.

Ou, quem sabe, dedicar-se a uma arte.

Ou, então, aprender alguma coisa nova e construir e criar algo de significativo para você.

Tenha menos pressa e seja uma pessoa mais rica.

Pessoas atrasadas e reuniões

Se você é uma pessoa que chega aos compromissos sistematicamente atrasada ou conduz reuniões prolongadas, considere seriamente em rever esses hábitos.

Você está simplesmente roubando o bem mais precioso de outras pessoas.

Não é nada charmoso.

Não é bonito.

É uma tremenda falta de educação.

Cada vez que chegar atrasado, considere uma forma de compensar as pessoas prejudicadas por você.

E não me chame para uma de suas reuniões.

Obrigado.

Gostou deste texto? Assine minha newsletter.

Me siga no Facebook.

Me siga no Twitter.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]