Mesmo mulheres fisiculturistas cisgêneras – ou seja, cujo gênero é o mesmo designado em seu nascimento – enfrentam dificuldades, sendo acusadas o tempo inteiro de não serem “femininas o suficiente” ou que “parecem com homens”.
Como se uma mulher precisasse atender às expectativas de feminilidade desta ou daquela pessoa ou deste ou daquele grupo…
A sério, tenho certeza de que as mulheres que fazem fisiculturismo não estão nem aí para a opinião de quem não as considera “femininas”.
Agora imagine o quanto a fisiculturista Janae Marie – antes Matt “Kroc” Kroczaleski – terá que ouvir tanto em seu meio, o do fisiculturismo, e também de pessoas de fora de seu meio.
No dia 28 de julho, Matt se revelou como uma pessoa transgênera em um post do Facebook. Se você é especialmente sensível à transfobia não leia os comentários (aliás, não vou me surpreender com os comentários neste meu post aqui em O Transgressor).
Disse ela, entre outras coisas como até ter aventado o suicídio como opção:
Tem havido muita fofoca, rumores e questões sobre mim nos últimos dias. Deixe-me silenciá-las. Eu sou um transgênero. Primeiro, quero esclarecer que eu planejava ver meus filhos completarem o Ensino Médio para vir a público falar disso. Mas, como não é mais opção, revelarei agora. Fui aberto com minha família, amigos e a comunidade do fisiculturismo, mas percebi que para muitos isso é chocante.
Eu lido com isso minha vida toda, e tem sido extremamente difícil. Na verdade, cheguei a cogitar o suicídio em certo ponto. Nunca quis ou pedi para ser assim, mas hoje sou confortável e orgulhosa de quem sou, mesmo que muitos não entendam.
Gostaria de esclarecer que, diferentemente do que dizem algumas matérias, eu não fiz a transição completa. Ainda vivo os dois gêneros, e estou tentando esperar meus filhos completarem o Ensino Médio para avançar. Isso é 100% minha decisão, não deles. E meus filhos me encorajam a ser o que sou. Os três são garotos fantásticos e a ligação que temos é surreal.
Ela também se revela como genderfluida, ou seja, um gênero não binário em que o pessoa oscila entre os gêneros possíveis.
Considerando todas as dificuldades que uma pessoa transgênera ou não binária assume quando se revela como tal para a sociedade, é muito difícil acreditar, como querem os mais conservadores, que se trata de uma opção.
Ninguém escolhe ser discriminado.
Diante disso, não há dúvida de que Janae é uma pessoa corajosa e deve estar orgulhosa de sua decisão.
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