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Você discutindo sobre impeachment e a “reforma” política passa batida

Deputado Federal Eduardo Cunha presidindo a Câmara Federal

Eduardo Cunha (PMDB-RJ) é o articulador, na Câmara Federal, da atual proposta de financiamento das campanhas (FOTO: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Todo o mundo está trocando farpas sobre a redução da maioridade penal e um impeachment que provavelmente nem vai ocorrer.

Meros factoides: a maioridade penal terá pouco, nenhum efeito sobre a criminalidade, se não um efeito negativo; a deposição da presidenta, a não ser que se comprove um real envolvimento escuso, um golpe na democracia, visto que ela foi legalmente eleita.

Essas duas coisas têm uma importância praticamente nula perto de algo como a reforma política que realmente teria poder para reduzir a corrupção no País, coisa sobre a qual aqueles que participarão das manifestações deste domingo mais se preocupam.

Teria.

Sob o circo destas e outras distrações, a Câmara Federal aprovou, articulada por Eduardo Cunha (PMDB-RJ), ontem, o último item da pauta, justamente o que continua a permitir a doação de empresas para partidos políticos, com um agravante.

A origem e o destino dos recursos não precisam ser detalhados, o que abre caminho para as chamadas doações ocultas, segundo os deputados contrários à proposta.

As doações de empresas seriam feitas aos partidos que repassariam aos candidatos. Os candidatos só podem receber doações diretas de pessoas físicas e não de empresas.

A proposta segue agora para o Senado, onde ainda vai passar pela Comissão de Constituição e Justiça e só depois, em dois turnos pelo plenário.

Também serão 60% dos votos de senadores para entrar em vigor.

Ainda dá tempo de fazer as coisas serem diferentes.

Ou você vai continuar preocupado com maioridade penal e impeachment?

Se a reforma política for adiante do jeito que está, o Brasil continua vendido, independentemente do partido ou de sua orientação.

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