Tudo é risos e brincadeiras quando pensamos na desastrada reforma do chafariz de Ibitinga.
Mas tem coisa muito pior acontecendo em Curitiba.
O blog Bibliotecas do Brasil tem acompanhado o abandono da Casa Kozák, patrimônio e testemunho histórico de Curitiba e, até há pouco menos de cinco anos, espaço cultural e biblioteca pública dos moradores do Uberaba.
A casa onde morou Vladimir Kozák, o primeiro cineasta a filmar os índios paranaenses, está se deteriorando. Vinha sendo usada como mocó de usuários de crack, inclusive.
A Prefeitura de Curitiba parece desconhecer o fato, inclusive: em seu site, a casa aparece como se estivesse em funcionamento.
A prefeitura, recentemente, colocou um tapume para proteger o local, mas a editora do blog Bibliotecas do Brasil, Daniele Carneiro, disse que há evidências de que as invasões continuam, apesar da promessa de policiamento constante com a Guarda Municipal.
Os objetos que pertenciam ao cineasta nascido na República Checa estão no Museu Paranaense, mas alguns objetos foram deixados para trás. Particularmente o veículo que Kozák usava em suas expedições.
A responsabilidade pelo imóvel fica num jogo de empura-empurra entre poder municipal e estadual e questões jurídicas melhor detalhadas nos posts do Bibliotecas do Brasil.
A mim, pessoalmente, não interessa de quem é a responsabilidade: apenas que se resolva a questão. A coisa está ficando bem mais feia que o chafariz de Ibitinga, que, a julgar pela opinião de alguns de meus leitores de gosto duvidoso e menos preocupados com preservação de características históricas, ao menos lembra uma obra da Disney.
Todas as imagens abaixo foram retiradas do Bibliotecas do Brasil e foram feitas por Roberto Carneiro, são de 14 de maio de 2014, mas desde esta data pouco mais foi feito para melhoras além do tapume, segundo a editora Daniele Carneiro:
Placa do tempo em que a casa funcionava como biblioteca e atendia o público do Uberaba. Não parece que há intenção de que isso volte a acontecer tão cedo.
Da próxima vez que você vir uma homenagem como essa, em forma de placa, reavalie o modo como os governadores, deputados, prefeitos e vereadores costumam descerrá-las com gestos cheios de pompa e salamaleques.
Fotos deixadas para trás. A quem pertence isto? Ao município? Ao estado? Enquanto o poder público tenta descobrir, elas se deterioram.
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