Às vezes me pego pensando sobre se sou por demais correto ou, numa linguagem menos abonadora, certinho.
Essa palavra, “certinho”, de fato, é meio broxante.
Confesso que isso me incomoda, em alguns momentos.
Sou o cara que apenas estaciona na vaga permitida, paga suas contas em dia, devolve os livros emprestados à biblioteca na data certa e coisas do gênero.
E, nessas horas, invejo um pouco amigos um pouco mais transgressores, capazes de quebrar as pequenas ordens do dia a dia.
Então, procuro pensar a meu favor. E, creio, de uma maneira muito válida.
Driblamos muitas das regras cotidianas e coletivas diariamente.
Não por uma verdadeira e legítima transgressão, mas por comodismo individual.
Porque torna a nossa vida, de alguma maneira, mais fácil. Para prejuízo da vida dos outros que, por nossa transgressão comodista, se torna mais difícil, ainda que milimetricamente.
Desobedecemos apenas quando é cômodo.
Talvez isso faça com que, no futuro, no caso de surgir uma regra que mereça ser quebrada por motivações éticas mais sérias, deixemos de fazê-lo.
E pelo mesmo motivo por que quebramos as pequenas regras, aquelas que valem apenas para os outros e não para mim (pois, de certo, sou especial): comodismo.
A comodidade não é uma boa razão para quebrar regras.
A comodidade também não é uma boa razão para segui-las.
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