No Caderno G deste domingo, publiquei uma
Qual proposta norteia o Teatro Jornal?
Disponibilizar meus escritos sobre teatro, ontem e hoje, textos para jornais, revistas, especialização, mestrado, etc. É um projeto pessoal, mas que se pretende alargar para uma equipe futuramente. Ao revolver os registros, vi que a primeira reportagem data de 1990, quando eu pensava ser 1992, ano em que passo a editar o caderno de cultura no jornal O Diário de Mogi, em Mogi das Cruzes.
Quando foi fundado? E por que você decidiu por um espaço na internet?
Fiz o primeiro post em 20 de março de 2010, segundo dia em Bogotá, onde fui acompanhar o Festival Iberoamericano de Teatro. A decisão de partir para a web decorre do meu afastamento da redação de jornal, desde 2008, quando sai da Folha de S. Paulo. As ferramentas site e blog injetam mais autonomia editorial e sinto-me contracenando mais diretamente com a produção teatral. Ainda é cedo para concluir, mas, em menos de um mês, meu entusiasmo é grande.
Qual o seu público-leitor? Como ele responde, reage, participa?
Mulheres e homens da comunidade do teatro, com esperança de que não sejam cirscunscritos aos artistas, mas, num futuro não muito longe, também aos espectadores, aos espectadores críticos. Por enquanto os comentários gravitam em torno dos próprios artistas vinculados às artes cênicas.
Pela sua prática, que possibilidades o espaço virtual abre para o teatro, pensando por exemplo em sua disseminação, debate e até na preservação da memória?
Acho que a reflexão e o registro histórico são os principais vetores em relação ao teatro e seu espaço na internet. A sensação é de que ela vem absorvendo o espaço cada vez mais restritivo dos cadernos de cultura dos jornais diários das grandes cidades em relação ao universo das artes cênicas. Se teatro, dança, circo e ópera são primos pobres da indústria cultural, o território virtual constitui, paradoxalmente, a salvação da lavoura para essas artes presenciais em termos de visiblidade e “cultivo”. Mas essa gradação ainda é lenta. A rigor, o teatro tem sido para poucos, não temos acesso a um sistema de educação que nos permita usufruir justamente uma cultura de teatro na qual, por exemplo, o espectador zele mais para que o celular não atrapalhe a apresentação.
Considera que o teatro brasileiro faz bom uso das potencialidades da internet?
Percebo que essa atração ainda é incipiente. Até agora, sobressaem a eficiência nas vendas de ingressos, na produção de conteúdos jornalísticos, mas, no campo da criação e da interface com os recursos do computador, tudo isso ainda engatinha. E talvez nunca se dê por completo, vai saber.