Caetano Vilela, diretor de Travesties, foi assistente de direção de Thomas na Cia. Ópera Seca, fundada (e abandonada) por Gerald Thomas, (criando juntos espetáculos a “quatro mãos”. Assinar a nova montagem pela companhia, para ele, não significa imitar, mas dar continuidade ao trabalho. E o texto escolhido foi determinante para decidir que levaria o nome da Ópera Seca adiante.
“O Gerald acredita que teatro tem que ser autoral, em todos os sentidos. Se fosse Shakespeare, não-subvertido, eu não faria pela companhia. Mas o texto do Sttopard é uma farsa. Trabalhando com a farsa consigo dar a minha cara e a cara da companhia.”
Vilela conta que o espetáculos ganhou 40 minutos extras em suas mãos.
“Tom Sttopard é um homem de teatro. A preocupação dele com o texto é que o ator pudesse criar em cima. Ele dá brechas para o jogo teatral o tempo inteiro. Ele quis saber quem ia traduzir o texto porque não poderia ser um tradutor tradicional, tinha que ser do teatro, porque não poderia respeitá-lo. Tem que descobrir o jogo.”
O diretor diz ainda que o grupo de atores que reuniu continuará junto, pesquisando, para que um dia chegue a ser um núcleo forte como foi a Ópera Seca no auge com nomes como Maria Alice Vergueiro, Vera Holtz, Damaceno e Beth Coelho.
Para a atriz Fabiana Gugli, remanescente da formação anterios com Thomas, o que o grupo atual busca é menos uma estética do que a “subversao das convenções”. Ela descreve:
“O que você está vendo aqui tem por trás uma outra coisa e por trás ainda outra coisa, muitas camadas. A gente trouxe Sttopard através da farsa e da hipocrisia, o teatro como uma máquina que emperra, beckettiana, condenada a não sair do lugar, travestida de sentido.”
Sobre a retirada de Gerald Thomas da cena teatral, a atriz opina:
“Essa crise já era anunciada, ele estava bem insatisfeito com suas últimas produções. Espero que seja passageiro, ele acha que será definitivo. Gerald sempre disse que teatro era somente um veículo de expressão, ele se manifesta de várias maneiras artisticamente. Chegou a um momento de esgotamento de seu próprio pensamento.”
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