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(crédito: divulgação)
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Gabrielle Chanel abriu seu primeiro negócio, em 1911 em Paris, para vender chapéus que confeccionava. Com uma personalidade marcante e questionadora, “Coco” libertou as mulheres ade peças desconfortáveis no início do século XX com seus modelos com poucos detalhes e referências vindas do guarda-roupa masculino. Tornou moda seu corte curto de cabelo e sua bolsa com longas alças de corrente, para deixar as mãos das mulheres livres, é objeto de desejo até os dias atuais. A versatilidade, o conforto e a elegância do casaqueto de tweed de sua marca tornou a peça um dos itens mais copiados do mundo. E também é dela a sapatilha bicolor com bico redondo, com a ponta preta criada para diminuir visualmente o tamanho dos próprios pés (que ela considerava grandes demais). Das mãos de Chanel vieram muitos dos principais clássicos da Moda.

Mesmo com toda essa tradição “nas costas”, a (marca) Chanel vive mudando: são it bags repaginadas em jeans, conjuntos de tweed que desfilam ao lado de bonés (na coleção de primavera 2017), camisetas com estampas atuais que chegam para compor com peças e detalhes tradicionais da grife (na coleção resort do mesmo ano) … “Mas Chanel tem que ser clássica”, “Uma bolsa icônica com esse tecido”?, “Chanel não tem nada a ver com bota de plástico”. Dizem os que preferem “ter aquela velha opinião formada sobre tudo”.

(crédito: divulgação)

Sexta-feira passada completamos um ano de Gazeta do Povo. Embora nunca tenha dito a ninguém, escrever nesse veículo me trouxe diversos dramas existenciais. Não é fácil falar na Gazeta. Não para quem leva esse espaço, e sua profissão, tão a sério como eu.

Muitas vezes excluí o texto inteiro e recomecei do zero. Em alguns momentos, abri o painel administrativo do blog e selecionei 80% das minhas publicações: estava a um clique de apertar a latinha de lixo e deletar tudo. “Tá horrível”!!! Dizia a voz dentro de mim.

Foi um ano de, além de crises, muita mudança e muito aprendizado. Perdi as contas sobre quantos formatos publiquei. Quantos blogs visitei. Quantas análises sobre “o que as pessoas querem ler” fiz em rodinhas sociais, importunando as amigas em momentos de lazer. E a cada mudança, mais uma crise: “Se você não parar de mudar nunca criará consistência”. “Seu texto não tem estilo, cada hora é uma coisa”. A voz outra vez.

A partir da próxima-quinta feira, vou arriscar apresentar por aqui um olhar mais amplo sobre moda e tendências. Com um pouco mais de história e de outros temas. Um caminho mais longo, mas que talvez faça mais sentido para as pessoas do que eu costumo pré-julgar. Jogar um pouco de tinta e combinar com tênis a roupa clássica que sempre achei ser a mais eficaz em um veículo que abrange um público tão diverso. Um veículo tradicional. Mas que, não por acaso, também está mudando.

O que Chanel tem a ver com isso? Muito pouco. Mas nessa introdução um tanto quanto fora de contexto certamente algum leitor aprendeu algo sobre Moda. E esse é exatamente o objetivo das colunas que vem por aí.

Menos estabelecida e bem menos conhecida que Chanel, também preciso mudar. E sem (tantas) crises.

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