“Meu intestino “trava” em viagens”!!!
“Só consigo usar o MEU banheiro”!!!
Frases semelhantes a essas são comuns entre as mulheres, para a maioria delas a simples idéia de usar um banheiro fora de casa é um grande problema. A constipação intestinal (intestino preso) interfere diretamente na qualidade de vida, podendo causar inchaço, gases, sensação de peso e desconforto abdominal. Afeta até quatro vezes mais mulheres que homens e acontece por um conjunto de fatores culturais, sociais, alimentares e psicológicos.
As mulheres desde pequenas são orientadas a não sentar no vaso sanitário “para não pegar doença” e raramente usam banheiro público reprimindo muitas vezes a vontade de evacuar. A rotina agitada e pouco tempo disponível para cuidar de si mesmas faz com que muitas consigam evacuar somente em casa e aos fins de semana. A repetição desse comportamento faz com que o cérebro entenda que o intestino não precisa funcionar com freqüência e as evacuações se tornam cada vez mais difíceis e raras. A alimentação “moderna” praticamente sem fibras, cheia de alimentos industrializados e rica em proteína dificulta muito o funcionamento intestinal.
O papel do intestino em nosso organismo vai muito além do que imaginamos, ele tem mais de 100 milhões de neurônios conectados com o cérebro, contém a maior parte de nossas células de defesa e produz cerca de 90% da serotonina (hormônio do bem estar). Isso explica porque muitas vezes ouvimos que intestino preso altera o humor deixando a pessoa literalmente “enfezada”.
Hipócrates, o pai da medicina, disse: “Que seu remédio seja seu alimento, e seu alimento seja seu remédio”, muitas vezes mudanças na alimentação e hábitos de vida são suficientes para resolver o problema:
* Mastigar bem os alimentos, não “pular” refeições e fazer pequenos lanches nos intervalos;
* Aumentar o consumo de fibras, probióticos (“bactérias do bem”) e principalmente de líquido;
* Praticar atividade física regularmente;
* Não usar laxantes sem orientação médica;
* Ir ao banheiro quando tiver vontade.
Consulte um médico se tiver desconforto freqüente, mudança repentina no funcionamento do seu intestino, presença de sangue nas fezes, perda de peso sem dieta, alteração do calibre das fezes ou dor abdominal.
Esse é mais um dos assuntos discutidos no Clube da Alice e que precisam de orientação médica para evitar a automedicação, tão comum e tão perigosa.
Danielle Kiatkoski médica Gastroenterologista