Arquivo pessoal da autora| Foto:

Saudações!

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Os alunos das turminhas dos terceiros anos da Escola Umbrella estão escrevendo seu próprio livro e convidaram-me para bater um papo sobre a aventura de escrever.
Senti-me honrada com o convite e feliz como descrevi no texto “A alegria da merendeira”! Fui, com o maior amor do mundo, disposta a compartilhar e somar com o grupo.

Lá no meio da roda de conversa, levanta a mão um menino e pergunta: “Quantos livros você já escreveu? Há quanto tempo é uma escritora?”

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Confesso que este adjetivo, ESCRITORA, soava-me inadequado. Eu não me via assim… Sabe aquela síndrome do impostor? Que você acha que os outros te avaliam com olhos muito bondosos, vendo coisas onde nem existem? Então, essa era eu! Pensava assim, eu escrevo bem, mas para escritora, “aff maria”, ainda falta muito!

“Nunca tinha pensado nisso!” respondi. E comecei a enumerar: uma coletânea de informática educativa, colaboração nos guias de Uso Responsável de Tecnologia e centenas de posts para o falecido Blog do Edu da GVT, Orientações Metodológicas de Inglês para Fundamental I, Manuais de Orientações de Uso de Internet, Software Educacionais pelo Expoente, os livros infantis Bullying e Cyberbullying, Pedofilia, dezenas de artigos para Revista Linha Direta, site do Clube da Alice e Gazeta do Povo. Quando me ouvi falando, pensei: “Caraca! Como eu já escrevi nesta vida!”

E ali, em frente aquelas crianças eu descobri que sou sim, UMA ESCRITORA! Inexperiente e cheia de falhas, mas ainda assim, uma escritora!

Um calor gostoso invadiu minha alma e agradeci a Deus por aquela lição. Admito que considerei que havia ido ali apenas para entender isso. Como sou alminha nova, ainda não internalizei o fato que meu Pai é Perfeito e não “prega prego sem estopa”, e sim, o melhor ainda estava por vir!

Pergunta vem, resposta vai e eis que um abençoadinho levanta a mão, olha bem no fundo dos meus olhos e pergunta: “Dani, a menina que você foi, imaginava que você seria a escritora que é agora?”

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Gente do céu! Difícil traduzir em palavras o que senti!

Imediatamente, vi-me de volta na sala de aula, onde minha professora dizia que eu era desatenta, que minha letra era horrível e por isso, ela não conseguia ler minha redação!
Lembrei das vezes que minha mãe me cobrava capricho, dizendo que eu não podia ser relaxada e descuidada com meus materiais.
Foi impossível segurar as lágrimas que brotaram nos meus olhos!

Respirei fundo e fiz a sinapse mais rápida e louca da minha vida, pois ao mesmo tempo que lembrei tudo isso, consegui me imaginar entrando no meu ex-quarto e dizendo: “Dani, você está indo muito bem! Você não é desatenta ou descuidada! Apenas tem uma mente muito rápida e dinâmica, que quer fazer tudo em modo acelerado. Quer terminar sua tarefa para começar logo outra atividade! Sei que sua letra não está tão caprichada mas isso não tem importância! E as janelas contam histórias, certo? Continue se permitindo contemplar o mundo! Isso se chama contemplação e não desatenção!”

“Por favor, continue relaxada! Uma pessoa relaxada é uma pessoa serena, tranquila e capaz de ver o mundo com olhar de brisa! Uma pessoa relaxada vive em paz, equilibrando harmoniosamente seus múltiplos papéis! Uma pessoa relaxada é aquela que se permite descansar e tem tempo de qualidade com aqueles que ama! Uma pessoa relaxada é alguém que dispõe de tempo para tocar, com carinho e respeito, o mundo do outro!”

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Enfim, quando consegui falar, respondi que não. Que nunca, em tempo algum, a Dani menina ousou sonhar que um dia seria uma escritora!

Eu já devia estar acostumada com as aprendizagens que a vida oportuniza… Confesso que fui lá para ensinar e, a bem da verdade, aprendi muito!

Pequenos escritores, peço que lembrem sobre o quê conversamos! O papel e o lápis são seus companheiros de aventuras! Não tenham medo de compartilhar suas ideias, sonhos e histórias! Dividam, com todos os seus leitores, um pedacinho das pessoas incríveis que vocês são!

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Agradeço, a Isabela, minha amiga  de uma vida inteira e também pedagoga da escola pela lembrança do meu nome, a diretora Glória e as professoras, pela acolhida e aos queridos alunos por esta experiência linda!

Agradeço a Deus, pela oportunidade de ressignificar essa expressão que era um rótulo que eu carregava com dor e que agora é motivo de orgulho: Danielle, você é muito relaxada!

Beijo,

Dani

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