Era uma vez uma escola, no interior, onde estudavam muitas crianças. A escola era uma escola como outra qualquer, repleta de alunos, professores e muitos sonhos.
Um desses alunos e um desses sonhos se chamavam respectivamente: David e ser um corredor vitorioso.
David era um aluno dedicado. Estudava muito, tirava boas notas, ajudava aos professores e treinava todos os dias. Tinha um ritmo acelerado de ser. Sempre era o primeiro a acordar, o primeiro a sair, o primeiro a terminar as tarefas e o primeiro a voltar para casa. E não gostava de esperar ninguém. Ele percebia que “gente lenta” o irritava.
Talvez por isso gostasse tanto de correr! Não precisava ficar esperando por ninguém. Ele se sentia livre, feliz e produtivo. E treino após treino, melhorava suas marcas.
É certo também que sentia-se muito sozinho… E como quem queria consolar a si mesmo, pensava: “Ninguém é rápido o suficiente para acompanhar o meu ritmo. Paciência!”
Um belo dia, quando voltava da escola, viu um cartaz sobre uma corrida para crianças, cujo prêmio era um bom valor em dinheiro. Ficou doido! Arrancou o cartaz e correu alucinado de volta para casa para pedir que a mãe o inscrevesse.
Apesar de a corrida ser na capital, seus pais concordaram que ele fosse. Compraram uma passagem de trem para ele e seu pai, uma mala nova e confirmaram a inscrição no telégrafo local.
David nem dormia mais de tamanha excitação! Quando dormia, sonhava que corria muito rápido e que rompia com o peito a faixa vermelha da linha de chegada!
De noite em noite, de dia em dia, de sonho em sonho, o tão esperado momento chegou! David acordou cedinho e com muito custo foi andando até a ferroviária. Seu desejo era ir correndo. Correndo muito rápido.
Um apito avisou que o trem partiria. Ele quase chorou, tamanha emoção. Tic, tic, piui… Tic, tic, piui…Tic, tic, piui… Diferente dele, o trem começou bem devagar e foi acelerando aos poucos, como se quisessem prolongar o momento de adeus dos corações que, ao menos por hora, separariam-se…
Talvez, hipnotizado pela velocidade cadenciada e som melodioso, ele finalmente relaxou e começou a apreciar a paisagem.
Lá pelo meio da viagem, o trem começou a diminuir a velocidade. David até pensou que tinham chego, mas olhando pela janela, não viu nada que lembrasse uma grande metrópole.
Minutos depois, veio a terrível notícia: havia um defeito na caldeira e o trem não poderia seguir viagem até que fosse feito o reparo.
David não podia esperar! A corrida seria na manhã seguinte! Obstinado disse ao pai: – Desce pai! Nós vamos a pé!
Eles andaram por toda a tarde e toda a noite até se hospedarem no hotel. David estava exausto mas realizado, porque tinha conseguido chegar lá!
Na manhã seguinte, David acordou com dor nas pernas mas nem comentou nada com o pai. Decidiu ir competir de qualquer jeito, custasse o que custasse. Chamou o pai e foram sem demora. Chegaram ao local na corrida, cerca de 15 minutos antes da prova iniciar e receberam todas as orientações necessárias.
Enfim, David foi colocado na pista, ao lado de outros nove corredores. Quando o estampido do tiro anunciou a largada, o inesperado aconteceu,
David tombou ao chão logo após as primeiras passadas. Uma dor lancinante o atingiu nas pernas, certamente causada pelo esforço do dia anterior. Ele gritou e chorou desesperado! Como ele, o mais rápido, mais preparado não iria correr?
Foi então que algo de mais inesperado ainda aconteceu… Os outros corredores, sabedores da história do dia anterior e comovidos pela dor de David, voltaram a linha de partida.
E numa lição sobre espírito de equipe, levantaram-no, amparam-no, deram-se as mãos e foram, no ritmo lento e capenga de David, andando pela pista!
A plateia vibrou! Palmas, assovios, gritos de apoio, choro e muita emoção ao vê-los, juntos, cruzando a linha de chegada,
David nunca esqueceu aquela experiência, que contou aos seus filhos e netos! Contava sempre que podia:
* sobre o dia em que não foi o mais rápido, mas sim o mais amado,
* que só quando diminuiu o ritmo, descobriu a incrível capacidade de solidariedade do próximo,
* que sim, vale ir devagar e sempre!
* E que caminhar acompanhado é muito mais edificante do que correr sozinho!
Ótimo domingo!
Beijos,
Dani
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