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É muito importante que os pais conheçam a cronologia da erupção dos dentes das crianças, a fim de melhor avaliarem o desenvolvimento de sua dentição.
Assim que a dentição de leite se completa, ela permanece assim até os seis anos, quando nasce o primeiro molar permanente.
Antes dos 6 anos é importante que já ocorram os diastemas entre os dentes de leite, que são espaços que ajudam os dentes permanentes a encontrar lugar nas arcadas para conseguir erupcionar. Se a criança não tiver esses espaços até os 6 anos é muito provável que tenha problemas de falta de espaço para as trocas dentárias.
Os primeiros dentes de leite a erupcionar são os incisivos centrais inferiores, por volta dos 6 meses de idade, seguindo-se os incisivos centrais superiores e os laterais (já perto do 12º mês). Por volta dos 18 meses erupcionam os primeiros molares de leite, e aos dois anos e meio, em média, a erupção dos dentes de leite fica completa com os caninos e segundos molares, perfazendo os 20 dentes que constituem a dentição de leite (dez na arcada dentária superior e dez na arcada inferior).
Existem também bebês que podem apresentar algum dente já ao nascimento ou poucos dias depois de nascer, chamado de dentes natais ou neonatais.
É fundamental que um especialista avalie seu filho, pois vários aspectos precisam ser considerados. Se o dente apresentar mobilidade, existe o risco de o bebê aspirá-lo, sendo assim indicada sua remoção. Caso não possua mobilidade, o dente poderá ser mantido, devendo os pais se preocupar com a higienização rotineiramente.
A vinda dos dentes é uma ocorrência natural e fisiológica e alguns distúrbios podem aparecer nesse período, mas nem sempre estão relacionados com a erupção dentária, existindo então, controvérsias entre médicos e dentistas no que se refere aos sintomas gerais acompanhando esse processo. O que pode ser observado nos bebês são irritabilidade, salivação aumentada, febre, diarreia, gengivite, redução do apetite, erupções cutâneas, tosse e vômitos, corrimento nasal, apatia e perturbações gastrointestinais.
Ocorrem sintomas como a “coceira” gengival, devido à pressão dos dentes na gengiva, deixando a criança irritada, chorosa e com sono agitado.
Nessa fase o bebê passa a ficar mais tempo com os seus brinquedos pelo chão e acaba colocando a mãozinha na boca mais vezes por causa do desconforto gengival. Esta pode ser a causa das diarreias, vômitos e febre.
Também é comum o bebê começar a babar nessa época. Essa salivação excessiva pode estar relacionada ao incômodo da erupção dentária e também à maturação das glândulas salivares (que ocorre por volta do sétimo mês de vida), e que aumentam sua viscosidade e dificulta que o bebê engula toda a saliva produzida.
Esses sintomas são temporários e podem desaparecer em algumas semanas, assim que os dentes irrompem na cavidade bucal.
É imprescindível que os pais compreendam esse processo, fiquem calmos e tomem as medidas necessárias para que as crianças passem por isso sem grandes agitações.
Oferecer mordedores é a melhor opção para trazer alívio para a “coceira” gengival, podendo ser colocado na geladeira antes para que o frio tenha uma ação calmante sobre a gengiva irritada.
O uso de pomadas com anestésicos locais podem aliviar os sintomas, bem como o uso de analgésicos em algumas situações bem específicas, sempre com o acompanhamento de um profissional (odontopediatra ou pediatra).
Todos os dentes de leite apresentam grande importância durante a fase de infância e pré-adolescência, eles são os dentes que prepararão o espaço adequado para a entrada dos permanentes, não se deve negligenciá-los pelo fato de saber que eles serão substituídos no futuro.
Por Karen Petrelli de Castro