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Saudações!

CARREGANDO :)

Hoje trago para vocês a colaboração de uma convidada, a minha amiga e consultora de imagem Marcia Caldas que contribuirá com uma fala muito especial, compondo à quatro mãos, o post de hoje! Eu com o conto do Aladim e ela com reflexões sobre beleza e moda.

Ela é uma figura muito especial na minha vida, que me ajudou a entender que a beleza feminina é atemporal e universal! Todas somos belas em qualquer fase de nossas vidas, independentemente de nossa idade, peso ou condição social!

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Ester, Aladim e o desejo de ser jovem

Estela era uma mulher de 50 anos. Alegre, bem resolvida e cheia de energia. Divorciada e com os filhos criados, adorava passear e conhecer lugares novos.

E foi assim que conheceu Aladim…

Era um sábado ensolarado e Estela resolveu ir conhecer umas grutas próximas de sua cidade natal. Organizou tudo o que era necessário e, de mochilas nas costas e sorriso de ombro a ombro, lá foi ela viver aquela aventura.

As grutas eram ainda mais bonitas do que haviam falado. E ela foi adentrando pelos túneis e registrando, na câmera, a beleza silenciosa daquele lugar.

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Lá pelas tantas, um brilho ao longe chamou sua atenção. Curiosa, moveu-se rapidamente em direção aquela luminosidade.

Qual não foi sua surpresa ao achar uma lâmpada dourada! Tocou suavemente o objeto que estava meio empoeirado. Ao friccionar a lâmpada para limpá-la, Aladim, o gênio da lâmpada foi liberto!

Ela arregalou os olhos e, beliscou-se, demoradamente! Esfregou os olhos e refletiu que ela estava precisando de menos vinho e mais descanso.

Aladim ficou flutuando em cima da lâmpada por um tempo e logo em seguida estava ao lado dela, fazendo graciosa referência de saudação.

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“Salve ó bela mulher! Minha gratidão eterna por haver me libertado dessa prisão horrenda! Como forma de agradecimento, concedo-te um desejo!”.

Ester nem pensou duas vezes e respondeu: Mas que gênio de araque! Não eram três pedidos?”

Aladim gargalhou e disse: “Aff Maria, você fica preso uns cem anos e quando volta à Terra, percebe que nada mudou, as mulheres continuam questionando tudo! Enfim, bela…Como é seu nome mesmo? ”

Ela replica: “Sou Ester, my friend! E não é nada disso! O que é justo é justo! Eu conheço essa história e eram três desejos!”

Aladim explica: “Minha bela Ester! A magia é alimentada pelos sonhos, fé e esperança das pessoas… Não se produz mais este tipo de energia em tanta quantidade como outrora se produzia. Assim, o que tenho “em estoque”, dá para um desejo só e olhe lá!

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Ester ficou ensimesmada por um tempo… De fato, o mundo da magia deveria estar desfalcado mesmo… Os tempos do planeta não eram dos melhores para se ter fé ou esperança…

Por fim, pronunciou-se:” Entendo! Que seja! Melhor um que nada! Já me decidi! Quero ser jovem de novo! Mesmo sendo superbem resolvida e disposta, em muitos momentos me sinto como carta fora do baralho, só por conta da minha idade!”.

Dessa vez, foi Aladim que se calou por um tempo. Parecia confabular consigo mesmo…

Depois, declarou sua decisão. “Entendi seu desejo… Mas antes de realizá-lo eu tenho uma outra proposta… Vamos fazer um ”desejodrive”! Vou deixar você experimentar um pouco essa sensação de ser jovem de novo para que tenha certeza. Eu costumava dizer que “pediu tá pedido, não adianta ficar arrependido”, mas nestes últimos cem anos e avaliando os resultados obtidos com meus outros amos, resolvi testar essa nova metodologia…”

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Ester nem teve tempo de falar a frase: “Sim, eu…”. Quando terminou de falar “topo”, estava em sua casa materna, com cerca de 7 anos. Viu-se curiosa e brejeira e amou sentir aquele cheiro de bolo de laranja inundando seu antigo lar! Percebeu também que achava muito chato todo mundo mandar nela e ter que obedecer, sem questionar nadica de nada.

Em outro momento, viu-se com 15 anos! Relembrava a sensação deliciosa do primeiro beijo e ansiava para que o telefone tocasse! Ai meu Deus pensava! E se ele não gostou do beijo? Em um outro flash, mirava-se no espelho e sentia-se feia! ODIAVA aquelas espinhas, sonhava em ter peitos e acostumava-se com as “regras mensais” que sua mãe nem sequer explicara para que serviam…

Num piscar de olhos, viu-se passando no vestibular e conquistando seu primeiro emprego! Como era deliciosa a sensação de liberdade! Depois, estava numa praça chorando. Com 18 anos sofrera a sua primeira desilusão amorosa e sentia-se responsável pelo fracasso desse primeiro amor.

Depois, já com 25 anos, reviveu com carinho os primeiros momentos do casamento e a descoberta da maternidade! Gerando uma vida, sentiu-se próxima de Deus! Também reviveu a sensação de estresse por tentar ser perfeita em todos os novos papéis: esposa e mãe.

Aos 30 anos, viu-se no topo da carreira! Também se percebeu triste e uma péssima mãe porque “largava” os filhos na escola para poder manter seu espaço no mercado de trabalho. Voltara a estudar e sentia-se distante de alguns sonhos e amigas.

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Em todas as fases, uma vontade imensa de ser linda a acometia. Vivia sob a ditadura da moda e das dietas. Sentia-se sempre cansada e ligeiramente incompetente, afinal ela nunca dava conta de tudo. Igualmente a nostalgia fazia morada em seu coração… Parece que ontem era sempre mais leve e feliz que o agora…

Aos 40 anos foi que começou a se sentir mais feliz. Menos exigente consigo mesmo, mais empoderada e menos encanada com números, fossem eles uma representação de peso, conta bancária ou rol de amigos. Deixou um casamento falido para trás e começou assumir as rédeas da sua própria vida.

E, como um piscar de olhos, estava lá na gruta com Aladim, com seus bem vividos 50 anos. Ela ainda era a criança curiosa que perguntava sobre tudo, a adolescente que amava sentir borboletas no estômago, a mãe cheia de amor, a profissional dedicada, a amiga, a amante e a companheira. Ela era a soma de todas as suas vivências. Ela abraçou o gênio e agradeceu… Afinal, ela entendeu não queria ser jovem de novo. Que “preguiça” de começar do zero outra vez, brincou ela!

Aladim ainda a redarguiu: “ Então Ester, o que deseja, já que desistiu de ser jovem novamente?”.

Ester sentou-se e pensou sem pressa. Elaborou uma dezena de desejos até que ela gritou: “Eureka! Já sei o que pedir! Gênio, quero que todas as mulheres conheçam a nossa história! Que compreendam a beleza que há em cada fase da vida e que somos esta soma de todas as experiências, dores e delícias que vivemos!”

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Ele agitou as mãos no ar e em meio a nuvenzinha de fumaça que se formou, surgiu uma linda matriosca com a qual ele a presentou.

E o pedido de Ester? Foi realizado e este é o motivo pelo qual você está lendo a história Ester, Aladim e o desejo de ser jovem! 😉

FIM

E com a palavra, Marcia Caldas:

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A vida, segundo a crença de alguns, não acaba nem quando morremos, então qual a razão de não vivermos a vida de maneira intensa? Idade, peso, gênero, nada pode nos impedir de viver de forma plena.

Bom, muito bom, reconfortante até, seguir a lição ensinada pelo nosso Aladim, deixar os modismos acomodados em algum lugar e tirarmos nossa personalidade, nosso eu real, da lâmpada mágica! Somos belas em qualquer idade!

O mundo da mídia e da moda define, rotula e muitas vezes é cruel com quem não está a altura do “padrão” por eles idealizado, que remete a beleza e juventude eternas, fazendo com que muitas mulheres vivam aprisionada em padrões e métricas!

São as meninas que, “enfeitadas” desde a mais tenra infância e durante seu de processo de desenvolvimento físico e emocional, são transformadas em pequenas adultas, vestindo-se como mulheres, sendo privadas de serem crianças, vestirem-se como criança e viverem como criança. O que vemos hoje no Brasil, são crianças meninas, maquiadas, penteadas, esmaltadas e …interrompidas!!

São as adolescentes que vivem preocupadas em agradar a turma que pertencem, esquecendo-se de quem são e buscando ser o que o grupo determina.

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Mulheres jovem, que vem se desrespeitando com atitudes abomináveis, mas que julgam ter que fazer isto ou aquilo para serem bonitas e apreciadas.

Mulheres maduras, que acabam se perdendo no estilo e na imagem por quererem ser aceitas, amadas, e, pela na tentativa (frustrada) de eternizar a juventude, deixando a busca de si mesmas à margem da vida.

Marcia Pinna Raspanti e Mary del Priori, duas historiadoras brasileiras, no texto – Moda e beleza femininas- do Século XVI aos anos 70, escrito para o site História Hoje, dizem que padrões de beleza rígidos são impostos há séculos e “que as mulheres fazem grandes sacrifícios em nome da beleza há muito tempo”. Verdade. Penso que é hora de nos libertarmos de séculos de opressão de padrões de beleza. Tarefa possível, no entanto difícil.

Tenho como Consultora de Imagem, Estilo e Comportamento grandes responsabilidades: posicionar a mulher frente a ela mesma, ao mundo que a envolve, cercá-la de poder, conhecimento, apreciar sua imagem no espelho, independentemente de idade, biótipo e situação financeira. Quando nos enxergarmos nos empoderamos e isso minha amiga é pura liberdade e pura magia.

Vamos dar vasão aos nossos desejos e exigir que sejamos respeitadas. Uma luta dura, por certo, mas que vale a pena. Vamos precisar de coragem, autoconhecimento, autoestima, pois vamos ter que utilizar a liberdade, ou seja, definir nossos próprios padrões e acreditar muito em nós mesmas. Sem classificações etárias, de preferência!

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Faça um liberte-sedrive! Siga o conselho de Aladim! Perceba-se, ame-se e se não gostou de algo que viu, procure ajuda, vá a luta, mas não deixe de viver a sua vida com graça e felicidade!

Você é linda! E o será para sempre!

Por Dani Lourenço