Créditos da foto: alex-zanardi.com
O que seriam estas siglas?
Com o início dos Jogos Paralímpicos, uma curiosidade assolou minha mente e, fui pesquisar para descobrir como seria a classificação funcional destes atletas.
Como são classificados os Paratletas?
Vamos imaginar uma prova de natação de 100 metros costas, por exemplo. Na mesma competição, lado a lado nas raias, atletas sem as duas pernas, outro sem os dois braços, outros com um braço e uma perna deficiente. Ou seja; atletas com diferentes tipos de deficiência competindo juntos. Qual foi o critério usado pelo comitê olímpico para assegurar que eles teriam uma igualdade nesta disputa?
Primeiro são feitos exames físicos para identificar qual a patologia que cada competidor apresenta. Depois uma avaliação funcional onde são testados amplitudes de movimentos, coordenação motora e força muscular.
Por fim, uma demonstração técnica com cada atleta utilizando suas próteses ou órteses e as adaptações necessárias para desenvolver o esporte.
Desta maneira o Comitê Paraolímpico Internacional indica as siglas – algumas acima no título citadas – As letras se referem ao nome da modalidade esportiva (em inglês ) e os números indicam o grau de comprometimento de acordo com cada lesão.
Vinte e três modalidades são disputadas nas Paraolimpíadas do Rio 2016:
Atletismo, Basquetebol em Cadeira de Rodas, Bocha, Canoagem de Velocidade, Ciclismo de Estrada, Ciclismo de Pista, Esgrima em Cadeira de Rodas, Futebol de 5, Futebol de 7, Goalball, Halterofilismo, Hipismo, Judô, Remo, Rugby em Cadeira de Rodas, Tiro com Arco, Tiro Esportivo, Triatlo, Tênis de Mesa, Tênis em Cadeira de Rodas, Vela, Voleibol Sentado.
Peculiaridades de alguns esportes:
Atletismo – Quanto menor a numeração, maior o grau de deficiência.
Basquete em cadeira de rodas – Os atletas recebem uma classificação funcional que varia de 1 a 4,5 pontos, de acordo com o comprometimento motor: quanto menor o comprometimento do atleta, maior a pontuação. Durante o jogo, a soma total dos cinco jogadores não pode ultrapassar os 14 pontos.
Futebol de cinco – São elegíveis apenas os cegos totais (B1) para as posições de linha. O goleiro tem visão normal ( meio obvio mas…)
Halterofilismo – A classificação para a modalidade é feita unicamente através do peso. As disputas são entre atletas com deficiências que afetem o movimento das pernas e quadris, assim como anões.
Judô – Competem apenas deficientes visuais.
Natação – Quanto menor o número, maior a deficiência.
Rugby em Cadeira de Rodas – Cada competidor recebe uma pontuação de acordo com sua habilidade funcional, de 0.5 a 3.5. Os quatro titulares não podem somar juntos mais do que oito pontos. A cada mulher em quadra, o limite de pontuação é ampliado em 0.5 pontos.
Tiro – São eleitos atletas que conseguem suportar o peso da arma. Podem usar rifle ou pistola.
Ciclismo – Quanto menor o número, maior a limitação do competidor. Provas de estrada e pista ( velódromo ).
Atletas com deficiência visual que competem no tandem (bicicleta com dois assentos) com um ciclista sem deficiência no banco da frente. Já fui convidada ser uma ciclista desta modalidade, mas infelizmente não conseguimos levar a diante o projeto por falta de patrocínio. Admiro a coragem de ambos os atletas. A confiança do atleta deficiente físico e a responsabilidade do atleta que guia a bicicleta.
Na foto abaixo, Alex Zanardi, ex piloto de Formula 1 que sofreu um grave acidente e teve as duas pernas amputadas, fazendo o encerrar a carreira no automobilismo. Hoje ele é um dos maiores ciclistas Paralímpicos da história.
Créditos da foto: alex-zanardi.com
“Nunca pensei em desistir do esporte. Mesmo no hospital, logo após o acidente, eu sabia que eu era a mesma pessoa, o mesmo piloto, o mesmo atleta de antes de perder minhas pernas.” Diz Zanardi.
Mais sobre a incrível história de Alex Zanardi no www.ciclismocampeao.com
Cynthia Duarte – Atleta profissional de ciclismo por 20 anos, atualmente triatleta.
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