Giovana estava prestes a se deitar quando ouviu Clarinha chamando: “Mãe! Vem aqui! Tem um monstro embaixo da minha cama!”
Com toda a paciência e amor do mundo, rumou ao quarto da filha para aquela situação de “emergência”!
Clarinha estava escondida embaixo das cobertas fofas e cheirosas quando a mãe chegou para “socorrê-la”.
-”Mãe! Não fica brava! Tem um monstro de verdade embaixo da minha cama!”
– “Eu sei meu amor! Vamos resolver isso, tá? Você já chamou para conversar e saber o nome dele? Perguntar o que ele precisa?”
– “Você tá doida mãe? Eu tô com medo do monstro! Como vou conversar com ele?”
– Clarinha! Quando a mamãe era criança, na mesma idade que você, eu também sabia que tinham monstros embaixo da minha cama e a vovó me ensinou que devemos conversar com eles! E sabe, as vezes, a gente imagina um monstro ENORME e, na verdade, ele é bem pequeninho!
– Você também mãe!? No seu quarto tinham monstros?
– Sim querida! E a vovó também me ensinou que existem alguns tipos de monstros que nos visitam quando somos pequenas que, quando não conversamos e fazemos as pazes com eles, eles acabam indo morar no coração da gente! São os monstros dos medos! Medo de ficar sozinha, medo de não ser aceita, medo de errar ou medo de não acreditarem em você!
– Ui mãe! Que medo! Já não gosto dele morando embaixo da minha cama, que dirá dentro de mim!
– Por isso, devemos enfrentar nossos medos de frente minha linda! Conversar com eles, entendê-los e saber o que querem nos contar! Depois que os entendemos, eles ficam felizes e viram vagalumes que iluminam nossas vidas! Bora tentar?
– Você me ajuda mãe?
– Claro querida!
– Então fala você com ele!
– Clarinha! O monstro é seu! A mamãe não consegue conversar com ele, nem vê-lo! Eu sei que ele existe porque acredito em você! Vou segurar a sua mão bem forte para te dar força! Coragem amorinha! Você consegue!
Clarinha fechou os olhinhos, respirou fundo e disse:
– Oi monstro que tá debaixo da minha cama! Eu não tenho mais medo de você e quero saber porque você está ai!
Um longo diálogo se fez naquele silêncio. Quando finalmente “a conversa” terminou ela dividiu suas descobertas com a mãe!
– Mãe! Você tinha razão! Ele é um monstrinho pequenininho e se chama “Medo que o pai vá embora”! Ele ouviu você e o papai brigando ontem e achou que ele ia embora igual ao pai da minha amiguinha Ana!
Giovana teve que engolir o choro! Que monstrinho sinistro habitava aquele quarto! Abraçou a filha e disse:
– Que bom que você conseguiu conversar com ele! Diga que está tudo bem entre o papai e a mamãe e que a gente se ama muito! Explique para ele que, as vezes, os adultos brigam como crianças e logo fazem as pazes! Lembra? Como você e seu primo ontem na casa da vovó Julia!
– Verdade mãe! Mas foi ele que riscou a minha folha!
Giovana riu e concordou! -“Eu sei filha, mas depois vocês ganharam outras folhas, fizeram as pazes e voltaram a brincar como bons amigos, certo?”
– Mãe! O meu monstro tá virando um vagalume! Olha!
-Que bom filha! Agora vou abrir a janela para ele ir voar com os outros vagalumes no jardim!
Giovana abriu uma fresta da janela e Clarinha ficou mandando beijos e acenando para aquele monstrinho que tinha virado luz!
– O que você aprendeu hoje Clarinha?
– Que eu sou corajosa e que tenho a melhor mãe do mundo!
Abraçaram-se e Giovana colocou a pequenina na cama, aninhando-a para que dormisse. Enquanto acariciava a mãozinha de Clara, rezou, agradecendo a Deus pela oportunidade de ter ajudado a filha a transformar um pequeno monstro em um lindo pirilampo mágico!
Agradeceu por ter consciência que quando se tem filhos, é melhor pecar pela presença do que pela ausência! É melhor pecar pela pergunta do que pelo silêncio!
Clarinha adormeceu serena e Giovana foi, serena, adormecer!
Por Dani Lourenço
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