Vimos na semana passada os sintomas que podem advir com a chegada da menopausa, e não são poucos nem agradáveis…
Agora vamos resolver outra parte que aflige as mulheres nessa fase da vida. “E agora? Faço reposição ou não???
Temos que lembrar que tudo evolui e a Medicina também. Então, de quando em quando, se convidam os maiores especialistas de cada área no país e se faz um CONSENSO, uma conclusão e descrição do que se sabe HOJE sobre o assunto, os mitos que já caíram e os recursos disponíveis, os riscos e os benefícios. Baseada no último Consenso Brasileiro de Terapêutica Hormonal da Menopausa (disponível na internet para qualquer um ler) é que falaremos das atualizações sobre o tema aqui, agora.
O Consenso derruba todas as pesquisas clinicas sobre hormonioterapias de reposição feitas com os medicamentos antigos e que paulatinamente tendem a desaparecer.
Falaremos hoje sobre as indicações para a terapêutica hormonal da pós-menopausa:
SINTOMAS VASOMOTORES: as ondas de calor são o sintoma mais comum, afetando 60-80% das mulheres na pré e pós-menopausa e, dependendo da intensidade, piora muito a qualidade de vida. Para mulheres com sintomas moderados a severos a terapêutica Hormonal (TH) deve ser considerada, pois é o tratamento mais efetivo para aliviar os sintomas vasomotores, sendo que os benefícios sobrepõem os riscos quando indicada para mulheres abaixo de 60 anos e com menos de 10 anos de menopausa.
SINTOMAS UROGENITAIS: a atrofia vulvovaginal que ocorre na menopausa leva à falta de lubrificação e dor para o ato sexual (dispareunia) e afeta 20-45% das mulheres nessa fase, podendo ser progressivos e se intensificar sem tratamento. Na pesquisa online VIVA realizada em seis países, perguntou-se às mulheres se isto afetou suas vidas. 80% das norte-americanas que responderam disseram que sim; 75% relataram conseqüências negativas em suas vidas sexuais; 68% se sentiram menos atraentes sexualmente; 36% se sentiram mais velhas; 33% sentiram efeitos negativos sobre o relacionamento; 26% tiveram efeito negativo sobre a autoestima; 25% responderam que a atrofia vulvovaginal reduzia a qualidade de vida.
A atrofia urogenital leva à sintomas de urgência urinária, bexiga hiperativa, e risco de infecção urinária recorrente. O tratamento com TH melhora todos eles, bem como incontinência urinária de esforço.
FUNÇÃO SEXUAL: reposição de estrogênio melhora lubrificação vaginal e dispareunia (dor para ter relação) e melhora o fluxo sanguíneo nos tecidos vaginais. Desejo sexual e orgasmo melhoram com reposição de testosterona.
OSTEOPOROSE: TH é eficaz na prevenção de perda óssea associada com a menopausa e diminui a incidência de todas as fraturas relacionadas à osteoporose, mesmo em mulheres com alto risco de fraturas. Porém, com a descontinuação do tratamento, o efeito protetor da TH sobre a densidade óssea declina rapidamente.
QUALIDADE DE VIDA: melhora qualidade de vida relacionada com a saúde em mulheres sintomáticas mediante melhora dos sintomas, desordens do sono, humor e função sexual.
Outros: memória, humor, cansaço, hidratação pele, cabelos, olhos, prevenção Alzheimer, etc.
Semana que vem tem mais sobre o tema. Até lá.
Por Raquel Camargo