Na década de 90, surgiu o movimento “outubro rosa” que tem como principal motivação conscientizar a sociedade sobre o câncer de mama. A campanha é celebrada mundialmente e mobiliza a população a compartilhar informações sobre a doença, proporciona mais acesso aos exames diagnósticos e contribui para aumentar a detecção precoce do câncer de mama, reduzindo a mortalidade relacionada à doença.
A importância de veicular a informação é soberana quando o assunto em questão é o temido câncer, ou, como conhecido por muitos, tumor maligno. Quanto melhor conhecermos sobre o inimigo, melhor saberemos como combatê-lo. Os números são expressivos, visto que, no Brasil, cerca de 58000 mulheres recebem anualmente o diagnóstico de câncer de mama de acordo com os dados do INCA. Além disso, é o tumor maligno mais comum entre as mulheres em todo o mundo (exceto câncer de pele não melanoma) e a principal causa de morte relacionada ao câncer na população feminina brasileira.
Apesar dos números alarmantes, os armamentos para lutar contra o inimigo estão em constante evolução. O principal escudo e o grande motivador do “Outubro Rosa” é o diagnóstico precoce. Isto se deve ao fato de que, se detectarmos a doença em fases iniciais, as chances de cura podem atingir a ordem dos 100 por cento. De uma forma geral, toda mulher acima dos 40 anos de idade deve ser submetida ao rastreamento anual com mamografia, como também avaliações médicas periódicas para identificar mulheres que pertençam a grupos especiais (com risco aumentado para desenvolver a doença em idades mais precoces). Como auxiliares na detecção precoce de alterações mamárias, tem-se a ultrassonografia e a ressonância das mamas. O auto-exame tem sua importância para o conhecimento minucioso do próprio corpo, não sendo substituto dos exames de imagem.
À luz dos conhecimentos atuais, não podemos prever integralmente o surgimento de um câncer de mama, pois ainda não se conhecem condições determinantes para o desenvolvimento de um tumor. No entanto, existem alguns fatores de risco que podem contribuir para o seu surgimento, tais como: a obesidade, o sedentarismo, a ingestão de bebida alcóolica, exposição a radiação ionizante antes dos 35 anos de idade, primeira menstruação precoce, menopausa tardia (acima dos 50 anos), primeira gravidez após os 30 anos ou não ter tido filhos, entre outros. É importante ressaltar que os tumores de mama de origem hereditária são identificados em cerca de 10 por cento dos casos.
Outubro é o mês do florescer, o mês da esperança. A todo momento surgem novos conhecimentos e novas tecnologias para atingir o alvo da cura do câncer de mama.
Como mensagem final: Mulheres, sigam em busca de hábitos saudáveis, escolham um mês para realizarem seus exames e, o mais, importante – por mais difícil que seja o enfrentamento de um cancer – vivam intensamente. Parafraseando Vinicius de Moraes que nossa vida seja eterna enquanto tenha que durar.
** A Associação Amigas da Mama tem o objetivo de atender às necessidades de pacientes com diagnóstico de Câncer de mama, com apoio psicológico, cuidados de beleza para melhorar a auto-estima, troca de experiências.
Por Maria Cristina Figueroa Magalhães
A Dra Maria Cristina Figueroa Magalhães é Oncologista Clínica , preceptora da Residência de Clínica Médica da PUC-PR, Doutoranda pela FMUSP/ ICESP (São Paulo-SP), Post-Doctoral Fellow – Johns Hopkins Hospital (Breast Cancer Program – Baltimore – MA – USA). Ela é a diretora científica da Associação Amigas da Mama (AAMA).
Por Juliana G. Loyola Presa
