• Carregando...
O que é preciso saber sobre tabagismo e saúde bucal
| Foto:

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o fumo passivo, no ambiente de trabalho, mata ao menos 200 mil pessoas por ano no mundo todo, e é a principal causa de morte evitável.
Mundialmente, cerca de 5 milhões de pessoas fumantes morrem por ano. Uma vez que é consumido via oral, o tabaco provoca diversas alterações na flora bucal, onde também causa graves prejuízos à saúde oral.

woman-918616_960_720

Visual Hunt

Isso acontece porque, quando passam pela boca, os gases tóxicos do cigarro colocam o sistema imunológico imediatamente em alerta, causando irritação e agressão às mucosas bucais e respiratórias. Em seguida, seguem para a traquéia e os pulmões, infiltrando-se no sistema circulatório, onde “percorrem” todo o corpo, causando diversos problemas de saúde.
Entre os principais danos à boca causados pelo fumo estão o câncer bucal, a doença periodontal e a halitose.
De acordo com o INCA, o consumo de tabaco causa aproximadamente 50 doenças diferentes e um fumante adoece em média 2 a 3 vezes mais que um não-fumante. Na composição do cigarro estão mais de 4.720 substâncias, dentre elas mais de 60 são capazes de causar danos ao nosso organismo.
Na boca, o cigarro agride as células da mucosa e ainda diminui sua capacidade de cicatrização e de defesa, deixando-a mais sujeita à ação de agentes agressores como bactérias, vírus e fungos, além de conter substâncias carcinogênicas que aumentam a probabilidade do desenvolvimento de câncer bucal.
Dependendo do tipo e da quantidade de tabaco usado, os fumantes apresentam uma probabilidade 4 a 15 vezes maior de desenvolver câncer de boca do que os não-fumantes. Se a pessoa deixa de fumar esse risco decresce, mas somente após 10 anos sem fumar terá o mesmo risco de desenvolver a doença que uma pessoa que nunca fumou.
O fumo também causa manchas nos dentes, língua e mucosas, deixando a boca com manchas escuras denominadas melanose do fumante. As defesas do organismo ficam diminuídas, tanto sistêmicas quanto locais, prejudicando a cicatrização de feridas e a ossointegração de implantes dentários.
Outro agravante é a diminuição do fluxo salivar (boca seca) causada por essas substâncias, diminuindo a “limpeza” fisiológica do próprio organismo, aumentando a halitose do paciente.
Vários estudos comprovam a associação hábito de fumar com a doença periodontal. A doença periodontal é um processo inflamatório crônico da gengiva e/ou dos tecidos de suporte dos dentes, podendo levar à reabsorção óssea alveolar, ao aumento da mobilidade dental, à exposição das raízes e perda dos dentes.
Segundo a Dra. Tatiana Deliberador, Coordenadora do curso de Especialização em Periodontia da Faculdade São Leopoldo Mandic – Unidade Curitiba E professora titular da Universidade Positivo, “Fumar é um dos principais fatores de risco para periodontite crônica. Os fumantes tendem a ter pior saúde periodontal e pior resposta ao tratamento periodontal cirúrgico e não-cirúrgico quando comparado a pacientes não fumantes”.

Entre os tratamentos para combater alguns efeitos do cigarro, o mais importante que tratar é prevenir, é orientar o paciente dos riscos para sua saúde e dos que o cercam e orientá-lo a parar de fumar.
O fumante deve realizar visitas ao dentista periodicamente, fazendo um acompanhamento dos dentes, gengivas e principalmente da mucosa bucal.
Existem tratamentos periodontais e restauradores para limitar os danos causados pelo cigarro e pela má higiene bucal. As manchas nos dentes podem ser removidas por limpeza profissional e clareamento dental, desde que o paciente pare de fumar.
Para prevenir o câncer bucal o fumante deve reduzir o uso do cigarro e se possível até mesmo abandoná-lo. Devemos lembrar que os danos são proporcionais à quantidade de cigarros fumados. Também é importante, evitar a associação do fumo com o álcool, pois este aumenta os efeitos nocivos do cigarro, ter uma alimentação saudável, consumindo frutas, legumes e verduras.
É muito importante realizar consultas periódicas com o dentista e manter uma boa higiene bucal.

Por Karen Petrelli de Castro

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]