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As vitaminas K são pertencentes ao grupo das vitaminas lipossolúveis, as que precisam de gorduras para serem devidamente absorvidas pelo nosso corpo. As outras são as vitaminas A, E e D.

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Existem três tipos de vitamina K:

 a fitomenadiona ou K1 (encontrada em vegetais de cor escura, vai direto para o fígado e ajuda na manutenção da coagulação sanguínea saudável);

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 a menaquinona ou K2 (feita por bactérias e está presente em grandes quantidades no seu aparelho digestivo saudável, ou presente em alimentos fermentados; porém não é absorvida por ele com facilidade. A vitamina K 2 vai direto para a parede dos vasos sanguíneos, ossos e outros tecidos, exceto o fígado);

 e a menadiona sintética ou K3 (presente na maioria dos suplementos).

Por sua vez, a vitamina K 2 também apresenta algumas variações: MK 4, MK 7, MK 8 e MK 9. A forma mais importante para o nosso caso é a MK 7.

A forma desejável de vitamina K 2 é a da MK 7: extraída de um produto derivado da soja fermentada chamada natto. Você pode conseguir quantidades importantes de vitamina K 2 consumindo natto, contudo, poucas pessoas toleram o cheiro e/ou a textura preferindo o uso na forma de suplemento. O consumo de queijos fermentados também é uma boa fonte de vitamina K 2 .

As pessoas com risco de apresentar deficiência da vitamina K2 são as que fizeram cirurgia de desvio de intestino, as que apresentam problemas de absorção de nutrientes, problemas hepáticos, recém-nascidos, os que apresentam diarréia crônica, pancreatite ou que estejam sob tratamento de antibióticos. Os que fizeram cirurgia para retirada da vesícula passam, depois disso, a absorver mal estas vitaminas e deveriam também usar sais biliares junto com almoço e jantar, para terem seus níveis otimizados. Ainda, a quantidade produzida pelas bactérias saudáveis do nosso intestino pode não ser suficiente, principalmente com o passar dos anos ou em presença de intolerâncias alimentares e/ou disbiose intestinal, o que pode prejudicar nossos ossos, coração e processo de coagulação do sangue, por isso muitos vezes é necessário repor essa vitamina através de suplementos.

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Porém, as pessoas que consomem remédios anticoagulantes devem procurar um médico antes de começar a suplementar K2.

Apesar das três vitaminas K (K1, K2, e K3) trazerem benefícios para a nossa saúde (também são conhecidas como as vitaminas anti-hemorrágicas), a que tem tido destaque é a menaquinona (K2).

É a vitamina K 2 , que vem sendo considerada uma importante potencializadora da vitamina D quando usadas de forma combinada. Muitas das pesquisas têm enfocado na interação entre a vitamina K 2 e a vitamina D 3 , particularmente em termos de fortalecimento ósseo e saúde cardiovascular.

De acordo com Dr. Cees Vermeer, um dos maiores pesquisadores em vitamina K, quase todas as pessoas são deficientes dessa vitamina, assim como da vitamina D.

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Acontece que a Vitamina K2 é a grande responsável pelo direcionamento do cálcio para a absorção pelos ossos: ela é importante para a produção de certas proteínas como a GLA ou osteocalcina, que representa até 2% da nossa estrutura óssea e é responsável por se ligar ao cálcio (responsável pela assimilação do cálcio pela matriz óssea), deixando nossos ossos mais fortes, evitando a osteopenia/osteoporose. Este “direcionamento” do cálcio para locais devidos impede que ele vá “parar onde não deve”, impedindo que o cálcio fique depositado em locais inapropriados como artérias (levando à aterosclerose), articulações (artroses) e outros órgãos (cálculo renal, cálculo vesicular e catarata nos olhos).

Vitamina K, vitamina D e doença cardiovascular: quando o seu corpo é agredido ou lesado, ele responde através de uma reação inflamatória causada pela deposição de cálcio no tecido lesado. Quando isso ocorre no seu vaso sanguíneo, significa que você está tendo manifestações imperceptíveis de doença arterial coronariana, ou seja, a formação de placa na artéria que pode vir a causar um ataque cardíaco. A vitamina D e vitamina K 2 agem juntas para aumentar a proteína matrix GLA (ou MGP). Essa é a proteína responsável pela proteção dos seus vasos sanguíneos contra a calcificação. Estudos confirmam que o aumento de ingestão da vitamina K 2 reduz o seu risco de doença coronariana.

Veja outros dados importantes:

 Em 2004, o estudo Rotterdam foi o primeiro a demonstrar o efeito da vitamina K 2 na extensão de sobrevida das pessoas. As pessoas que tiveram uma alta ingestão de vitamina K 2 tiveram 50% menos risco de morte por doença coronariana e menos calcificação das artérias do que as pessoas que tiveram pouca ingestão dessa vitamina .

 Em um estudo subsequente com 16 mil pessoas seguidas por 10 anos, os pesquisadores observaram que cada 10mcg adicional de vitamina K 2 representava uma significativa redução de 9% em eventos cardíacos.

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 Estudos feitos com animais mostraram que vitamina K 2 não só previne o endurecimento das artérias, como também pode reverter a calcificação de artérias altamente calcificadas pela ativação do MGP.

 Pessoas com calcificações severas tinham alta porcentagem de osteocalcina inativa, o que indica uma deficiência geral de vitamina K 2.

Será então que a suplementação de cálcio não está aumentando o seu risco de ataque cardíaco?

Se você está fazendo uso de suplementação de cálcio e vitamina D, mas está com deficiente da vitamina K 2 , você pode estar piorando as coisas, de acordo com recente metanálise ligando o cálcio aos ataques cardíacos. Nesse estudo observou- se que os indivíduos que estavam ingerindo suplemento de cálcio estavam mais propensos a terem ataque cardíaco. Mas, é importante destacar que isso não significa que o cálcio seja o causador dessa situação. Nessa metanálise observou- se ainda que os indivíduos que ingeriram somente cálcio quando comparados com outros que ingeriram além do cálcio o magnésio, a vitamina D e vitamina K 2 , podiam apresentar efeitos adversos como a formação de placas de aterosclerose nas artérias coronarianas causando os ataques cardíacos.

Portanto, se você vai tomar cálcio, você deve equilibrá-lo com vitamina D e vitamina K 2 . Além disso, não se esqueça de suplementar também o magnésio, a sílica, o Ômega 3 e exercícios resistidos.

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O mito do cálcio: Países com a maior taxa de consumo de cálcio, como por exemplo, os Estados Unidos, o Canadá e a Escandinávia, apresentam as maiores incidências de osteoporose. Esse é o chamado paradoxo do cálcio. Isso acontece porque se consome o cálcio de forma errada sem levar em consideração a necessidade de vitamina K 2 , que é responsável, como vimos anteriormente, por direcionar o cálcio para os lugares corretos.

Por Raquel Camargo