Quem nunca teve algum perrengue em viagem que levante a mão!
Pois bem, perrengues fazem parte do aprendizado que a o verbo viajar, proporciona. Resolver problemas em situações adversas, nos fazem ter raciocínio rápido e sangue frio. É isto, por si só, já é um ótimo exercício para o dia a dia.
Em agosto de 2014, fizemos uma viagem para Bariloche que mesmo antes de embarcarmos, já começou truncada. Sofremos e penamos um bocado para conseguir emitir os bilhetes de milhagem pelo Smiles. Horas e mais horas intermináveis na linha aguardando para ser atendida (não emitiam passagens de cias parceiras pelo site), muita dificuldade de se conseguir nós cinco no mesmo voo e quando parecia tudo certo, percebi que havia misturado à data de nascimento de um filho, com o nome do outro! Tivemos que pagar multa pra reemitir o bilhete!
Vencidos os primeiros percalços, a viagem efetivamente começou. Fizemos uma longa conexão em Buenos Aires e pegamos um voo bem tarde para Bariloche. Chegamos lá, por volta das 2 da manhã, no último voo do aeroporto. As crianças capotadas de sono e a nossa atenção no mesmo estado de sonolência…
Pegamos uma van (contratada ali na hora no aeroporto) que nos levaria para o hotel. Chegando lá, fui com as crianças pra fazer o check in e o André ficou descarregando as malas.
Quando fui apresentar os documentos da reserva, procurei a minha mala de mão, onde estava uma apostila com informações da viagem, luvas, alguns casacos, remédios e todos os eletrônicos (2 iPads, 1 tablet Samsung, 1 máquina fotográfica, etc). Nada da mala na van!
Nada da mala em nenhum lugar…
Acomodamos as crianças no quarto e pedimos um táxi para voltar para o aeroporto procurar nossa mala. Chegando lá, aeroporto deserto, difícil encontrar alguém que pudesse nos ajudar!
Finalmente encontramos um segurança e um policial que não haviam encontrado mala alguma.
Deixamos nosso contato caso soubessem de algo. Retornamos ao hotel desesperançosos…os celulares ficaram, pois estavam conosco, no entanto, não tínhamos mais os carregadores…Não sabemos se esquecemos de colocar a mala na van, ou se o motorista pegou ou outra pessoa…
No dia seguinte, todos nós estávamos cabisbaixos, tristes e sem vontade de passear. Fizemos B.O. do furto, sabendo que seria só pra constar pois a polícia não iria ajudar em nada. Tentei rastrear os iPads, mas nunca estavam ativos. Fiz o bloqueio dos mesmos, apaguei a memória de ambos e deixei uma mensagem dizendo que os aparelhos haviam sido roubados e meu telefone e e-mail de contato.
Resolvemos que tínhamos que aproveitar a viagem da melhor forma possível e assim faríamos.
Mesmo com neve somente no alto das montanhas, nos divertimos bastante.
Algum tempo depois da viagem, recebi contato de algumas pessoas pedindo “resgate” dos aparelhos. Um deles disse que havia comprado os iPads de um terceiro e pra que ele não ficasse no prejuízo ele queria que eu pagasse U$300! Eu pagar para ter meu bem de novo, por pura falta de honestidade de outros, definitivamente não achava justo nem seguro. Como teria certeza que realmente me devolveriam os iPads?
Até que em fevereiro recebi mais uma mensagem sobre os meus dispositivos da Apple. Já incrédula, contei que outras pessoas já haviam entrado em contato comigo pedindo dinheiro pela devolução. Estava só esperando o cara também pedir…Mas ele disse que tinha uma loja de informática e que haviam levado os aparelhos lá para ele desbloqueá-los e viu as mensagens. Chequei nome, empresa e o perfil dele no Facebook. Ele se dizia honesto e não parecia esconder seus dados.
Ele me assegurou que devolveria o que era meu e despacharia pelo correio. Mandei U$45 pelo Western Union e logo ele me mandou foto do comprovante de despacho. Enquanto não recebia, ele me escreveu preocupado em saber se já havia chegado.
Dia 09/06, recebi mensagem do correio dizendo que era pra eu ir buscar na agência. Fui taxada em quase R$50,00, mas paguei com gosto para ter os 2 iPads de volta, depois de quase 2 anos!
Na hora escrevi para meu novo amigo, Gaston Icardi, agradecendo sua boa vontade e honestidade. Ainda podemos confiar nos seres humanos (alguns).
Do prejuízo que tivemos perdendo a mala, os bens mais caros, foram recuperados! 🙂
Para mais informações acesse: www.blogdeportasabertas.wordpress.com
Por Mariane Werneck Botelho