Saudações!
Há uns 15 dias, acordei cedo, tomei aquele café gostoso e fui a frutaria para comprar alguns ingredientes frescos para o almoço, afinal, um dos meus filhos do coração iria almoçar comigo e eu queria caprichar.
Escolhi tudo, paguei e fui me dirigindo ao carro. Ao lado do carro, vejo um senhor na faixa dos 60 anos. Com sua fala humilde, mostrou-me um braço super inchado. Segundo ele, era agricultor do interior do estado, havia sido picado por uma cobra. Necessitaria passar por uma cirurgia para retirar o tecido necrosado e no pós cirúrgico, precisaria de uma braçadeira, motivo pelo qual, solicitava uma ajuda financeira.
Conheço um pouco este tipo de produto médico e sei que é caro. Como eu tenho um amigo muito querido que trabalha com isso, senti-me tocada e quis ajudar. Liguei pro Jura, expliquei a situação e lá saiu ele do final de semana com a família para buscar a tal braçadeira e trazer pro seu João.
Sentei o homem numa pastelaria próxima, comprei café e pastel porque ele disse que estava em jejum e expliquei que um amigo tinha ido buscar a braçadeira, viria trazer para ele naquela pastelaria e que ele deveria ficar sentadinho ali esperando a chegada dele. Expliquei umas dez vezes…
Fui embora porque o meu filho postiço não tardaria a chegar e não tinha nem uma panela no fogo. E claro, porque o que eu poderia fazer estava feito.
Lá pelas tantas, Jurandir me liga, dizendo que o homem não estava no lugar combinado. Acordamos dele procurar mais um pouco, afinal, o homem era de fora, podia ter ido ao banheiro e tals.
Mais uns minutos, Jura vem com o relatório completo… o cara era um vigarista, que ganhava dinheiro por conta do braço inchado e da história mentirosa…Segundo meu amigo, os comerciantes locais confirmaram o golpe e descreveram o homem como eu havia descrito a ele, incluindo a pastinha com a receita embaixo do braço… Não tinha como confundir…
Fiquei mexida, eu confesso. Fiz tudo de bom grado, agradecendo a Deus a oportunidade de servir… senti-me uma pateta…burra e uma “alice”, uma menina ingênua e crédula.
Agradeci o Jura e pedi desculpas pela patuscada…
Servi o almoço e S. João foi a pauta da refeição…Conversamos muito sobre o ocorrido…
Cheguei à conclusão que prefiro continuar a ser enganada a perder a minha fé no ser humano.
O erro dele não justifica o meu… de não ajudar mais, de não acreditar mais na humanidade, de julgar e condenar cada pessoa que a vida colocar na minha vida pranteando ajuda…
Sou Alice sim… e quero continuar sendo. Ingênua, mas corajosa por querer tornar o mundo um lugar mais fraterno para se viver.
Se você já passou por uma situação semelhante e decidiu não ajudar mais ninguém, por favor, repense! Não podemos deixar os joãos da vida, transformar nossos corações de Alice no coração de pedra da Rainha de Copas!
E para você seu João, desejo que Deus te abençoe. Acredito no que a vida ensina: a semeadura é opcional, mas a colheita obrigatória…
Beijos,
Dani
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