Quer inspiração? Vem comigo.

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Wellington Lopes, 39 anos. Corredor.

Mas este é o final de uma historia que começou há 20 anos e um pouco diferente…

Trabalhando de” free lance” em uma locadora de carros, como guardião e com apenas 18 anos, Wellington foi atingido acidentalmente por um disparo de arma de fogo. E não foi um disparo que uma arma de fogo qualquer. O tiro partiu das mãos de um amigo e por uma espingarda “doze”! A arma de calibre 12 milímetros é considerada uma das mais potentes que existem, as balas são compostas de bolinhas de chumbo e são conhecidas por fazerem um enorme estrago no local atingido. A bala acertou em cheio a perna direita do garoto, dilacerando a veia femoral. Esta veia tem a espessura de uma caneta e pode levar o indivíduo à morte em apenas 20 minutos!

Foram três meses internado, nove dias em coma, cinco cirurgias e uma trombose onde havia um alto risco de perder a perna. Depois de seis meses e muita fisioterapia ele voltou a caminhar.

A veia dilacerada pelo tiro foi reconstruída através da retirada do tendão de Aquiles da mesma perna. Localizado acima do calcanhar, o tendão de Aquiles é responsável por transmitir a força gerada pela musculatura da perna até o pé, para que possamos caminhar, correr ou saltar.

“… a única sequela que fiquei do meu acidente foi ficar com o pé caído… retiraram o tendão de Aquiles e o pé não levanta mais!” Me contou Wellington tranquilamente.

Fanático por futebol, este esporte o motivou a se recuperar para que pudesse retomar as atividades físicas o mais rápido possível. Ele voltou a jogar, mas a prudência em não se machucar com um contato físico mais violento na região da cirurgia fez com que ele desistisse de praticar.

Depois de anos e com a permanente sensação da falta de alguma coisa na vida, veio então a decisão de parar de fumar e começar a correr. Foi neste ponto que ele me conta de ter se reinventado. Correr era um grande desafio, tendo em vista a limitação da falta do tendão. Duvidas e incertezas foram superadas literalmente já nos primeiros passos.

*Créditos da foto Andrei Chiminazzo

A orientação de profissionais de educação física para quem deseja ingressar nas corridas é começar intercalando um minuto de caminhada com um minuto de corrida de 15 a 20 minutos, três vezes por semana. E desta maneira ele iniciou seu novo estilo de vida.

Ele me relatou a emoção da primeira corrida de rua completada. Durante os 7.500 metros de corrida os pensamentos permeavam a sua mente. Ele me disse que voltou no tempo, lembrando-se de ter quase morrido e de ser agradecido por sobreviver. Lembrou-se da sorte de terem salvado a perna de ser amputada por causa da trombose e principalmente de estar ali naquele momento se inovando através da corrida.

É nítido o efeito positivo do novo estilo de vida na autoestima de Wellington.

Ele me falou que os benefícios da corrida são tão grandes que ele se arrepende de não ter começado a correr antes.

Mas nunca é tarde para começar a praticar um esporte. Sempre vale muito a pena. Acredite.

O próximo desafio do Wellington será uma meia maratona, uma prova de rua de 21 quilômetros!

*Créditos da foto Andrei Chiminazzo

Não há limites para quem traça um objetivo, confia e acredita no poder de superação de si mesmo.

Pratique esporte. Apoie o esporte. Incentive quem pratica. Eu faço a minha parte, colocando em exposição parte da minha vida e deixando pública a minha rotina de treinos. Wellington me conta que se inspirou e motivou a iniciar as corridas vendo minhas fotos e lendo os meus posts no facebook e instagram. E que outra fonte de inspiração foi acompanhar o irmão, Cleverson Lopes, nas competições de corrida. Que maravilhosa recompensa para mim.

*Créditos da foto Andrei Chiminazzo