À primeira vista, um impacto. E com direito a protesto de veganos, que fizeram um comunicado oficial à direção do Shopping Pátio Batel. Como era aquilo, uma vitrine exibindo um quarto de boi e um porco inteiro pendurados em meio a outras de moda, joias, artigos masculinos e femininos?
Protesto de quem sempre protesta, normal. Anormal seria ninguém reclamar de nada. E assim, surpreendendo no visual, a Bull Prime Steak House & Butcher Shop começou a funcionar semanas atrás. É a terceira unidade da rede Bull Prime Carnes Nobres, que traz ao público um cardápio cheio de novidades. A começar pelo conceito, que é o de servir cortes mais premium, como o wagyu (kobe beef) e as carnes dry aged, que passam por um longo processo de maturação antes de serem comercializadas. Outra aposta da nova unpatagidade é o porco moura, raça suína 100% nacional – com criação destacada no Paraná – com altíssimo nível de marmoreio e maciez.
Com duas unidades já consolidadas em Curitiba, uma na Avenida Silva Jardim, no Seminário, que conta com açougue e restaurante, e outra no Mossunguê/Ecoville, com açougue e food truck, a empresa teve faturamento de R$5 milhões em 2016. Agora, o foco é inovar, vendendo um conceito de carnes para os clientes.
A Bull Prime Steak House & Butcher Shop é um misto de casa de carnes, bar e restaurante. Conta com açougue com cortes premium in natura – como o wagyu -, as carnes maturadas e cortes de bife ancho, que ficam expostos também naquela imensa vitrine que gerou tanta controvérsia. Ainda há a área das mesas, que recebem os clientes para o almoço e o jantar, além de um bar com a linha completa da Cervejaria Patagônia e produtos licenciados da marca Bull Prime, como facas, bonés e tábuas para churrasco.
Cardápio
Embora a especialidade da casa seja a carne, obviamente, a Bull Prime Steak House & Butcher Shop dispõe de uma cozinha bem ativa, por conta do chef Jacson Pereira (ex-Nomade, entre outros). E o menu propõe algumas entradas, outras saladas e pratos executivos, que variam de acordo com o dia da semana, exclusivamente para almoço de segunda a sexta. Sim, algumas sobremesas, incluindo uma criada pelo chef Ivo Lopes, parceiro e amigo da casa: Cálice Ivo Lopes (doce de leite com calda de frutas vermelhas e sorvete de baunilha artesanal), a R$ 28.
Para o executivo, ao preço fixo de R$ 44, o cliente pode escolher a carne entre Mignon (com fettuccine), Frango (peito com legumes orgânicos e azeite de ervas) ou Carré de cordeiro (com couscous).
Mas o que pega mesmo são as carnes nobres, servidas à la carte, como o Bife ancho de Wagyu – marmoreio 5/6 -, servido com pupunha, cogumelos e folhas, ao preço de R$ 69 para cada 100g. Mesmo valor e mesmos acompanhamentos para o Chorizo e a Picanha. Com marmoreio mais intenso, 7/8, o preço fica em R$ 89 para 100g.
Sob consulta, pois não é sempre que tem (mas a expectativa é que já esteja novamente disponível na próxima semana), é possível pedir o marmoreio nível 10, segundo informa Marcos Canan, um dos sócios da casa, quando se registra a maciez extrema do Wagyu, produção limitada em nível nacional.
Canan também explica as razões de os preços serem cobrados em gramatura, ou seja, de acordo com o peso da peça. Segundo ele, o tamanho mínimo de um corte de ancho wagyu, por exemplo, tem de ser de 300g, para manter a suculência da carne e toda a sua maciez. Que também seria o tamanho ideal para o consumo de uma pessoa. Para servir, então, a peça é pesada e daí grelhada. Os cortes em gramatura, todos no padrão argentino, obedecem basicamente esse peso.
Outras estrelas do cardápio são o Corte de Prime Ribeye Dry Aged (R$ 119, com batatas ao murro e demi glace) e o Porterhouse Dry Aged (R$ 199, serve duas pessoas), com os mesmos acompanhamentos. Dry aged é o processo de maturação a seco, no qual a carne in natura descansa em temperatura (de 0 a 2ºC), umidade (de 50% a 70%) e ventilação controladas e vai perdendo líquido. O tempo de maturação varia de acordo com o sabor desejado, já a textura ultra macia é adquirida a partir de 21 dias de maturação.
O cliente também pode optar pelas parrillas, como a Porteña (coração bovino, assado de tiras, timo, tutano, morcilla, entranha, batata rústica e cebola), a R$ 199, para duas pessoas; a Premium (ancho, chorizo, assado de tiras, batata rústica e cebola, linguiça artesanal e bananinha), a R$ 289, para três pessoas; o Cordeiro do Canan (pernil, french rack, t-bone, mix de cogumelos, batata ao murro), a R$ 169, servindo duas pessoas; Parrilla (ancho, chorizo , assado de tiras, batata rústica e cebola), a R$199, para duas pessoas; e outra estrela, a Picanha Black Series (com batata rústica e cebola), uma picanha inteira, de 1,2 kg, que serve três pessoas, a R$ 300.
O menu dispõe ainda de cortes com osso – de galeto a cordeiro e boi – às linguiças artesanais, produzidas pela própria Bull Prime, com sabores expressivos, como Cordeiro do Canan com menta e queijo brie (cordeiros de criação própria), Costela bovina com queijo e provolone, Pernil suíno com queijo e provolone, Costela bovina e Costela suína.
Ah, sim, também há hambúrgueres, de picanha, cordeiro, angus e dry aged. E, inclusive, um Kobe Burger (pão, hambúrguer wagyu 180g, queijo gruyère, creme de alho, bernaise de mate ou maionese), a R$ 55. Todos são acompanhados de batatas fritas.
Paralelamente à churrascaria (steak house, se preferir), funciona também o açougue, onde os interessados podem encontrar qualquer peça dessas do cardápio para levar e fazer em casa. E com uma grande vantagem em relação aos demais, o horário de funcionamento, que obedece ao horário padrão do shopping (das 10h às 22h).
A carta de vinhos é bem interessante, além da parceria com a Patagônia, oferecendo a linha de cervejas que tem tudo a ver com a linha de carnes argentinas.
E aí, enquanto me lembro: a vitrine do açougue agora está mais discreta, para não ferir suscetibilidades. Não tem mais quarto traseiro de boi nem porco inteiro, apenas alguns cortes saborosos e atraentes.
Bull Prime Steak House & Butcher Shop
Shopping Pátio Batel, piso L3
Avenida do Batel, 1868 – Batel
Fone: (41) 3030-4446
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